Brasil • 21 de julho de 2005

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Na quarta-feira (20), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados do Brasil ouviu Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do presidente do Partido Liberal (PL), deputado Valdemar Costa Neto (SP). Ela fez denúncias contra o ex-marido e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Delúbio Soares. Ela também afirmou que o suposto esquema de corrupção conhecido como mensalão existiu.

Maria Christina disse que o seu ex-marido, o deputado Valdemar Costa Neto e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares negociaram uma doação do governo de Taiwan para a campanha do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, no valor de 2 milhões de dólares (cerca de R$ 5 milhões). Segundo Maria Christina, o deputado ficaria com uma comissão de 20%, ou cerca de 400 mil dólares (aproximadamente R$ 1 milhão), como parte da aliança eleitoral. Ela disse não saber se o dinheiro de Taiwan chegou de fato ao PT. Maria Christina alegou que Costa Neto disse que a doação serviu para melhorar as relações comerciais entre Taiwan e o governo brasileiro, dirigido pelo PT. Maria Christina disse que os empresários reclamaram depois que não houve melhora e Valdemar precisou usar parte do dinheiro para repassar a deputados do Partido Liberal, que deixaram de receber ajudas prometidas pelo PT, combinadas durante a campanha.

Maria Christina acusou o partido do seu ex-marido de ter pago pela incorporação do Partido Social Trabalhista (PST), em 2003. Ela também acusou o deputado Valdemar Costa Neto de ser o articulador do suposto mensalão, com a ajuda do deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) e do tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares. Ela disse que o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas era encarregado pelo deputado Valdemar Costa Neto de buscar malas de dinheiro em Belo Horizonte, em Minas Gerais, para serem levadas à São Paulo. Em Minas Gerais fica a sede das agências de publicidade do empresário Marcos Valério, acusado de ser operador do mensalão. "O mensalão existe e Valdemar recebia", disse Maria Christina. Segundo ela, o local onde seu ex-marido recebia pagamento ficava no escritório Alípio Gusmão, na rua Gomes de Carvalho, nº 1306, no 8º andar.

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