Ex-ministro do Governo Lula confirma o encontro em Mato Grosso; Encontro é visto para reforçar acusações contra ex-senador do Estado

Cuiabá, MT, Brasil • 7 de março de 2009

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A confirmada participação do ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado cassado, José Dirceu, no seminário estadual do PT, que vai ser realizada na semana que vem em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, abre novas expectativas às discussões da sigla e também em relação aos planos para a disputa eleitoral de 2010. O evento, marcado para o próximo sábado, a partir das 13h30, na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), contará ainda com a presença do ministro da Previdência Social, José Pimentel, e do presidente estadual da legenda e aliado de Dirceu, deputado Carlos Abicalil.

O seminário é coordenado pela corrente “Construindo um Novo Brasil”, grupo liderado no Estado por Abicalil, que também conta com o deputado estadual Alexandre Cesar e o secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes. Inicialmente, a presença de José Dirceu na Capital desponta como expressão de força política do partido junto à Nacional da sigla. No Estado, o partido dá início a um processo de análise para avaliar o desempenho referente ao pleito municipal de 2008.

Também se espera que a presença de José Dirceu em Cuiabá abra um leque de discussões sobre os próximos passos a serem dados pelo partido no Estado. De crítico ferrenho do governo Blairo Maggi no pleito de 2002, o PT passou a um dos mais fiéis aliados dos republicanos. O entrelace entre o PR e PT surgiu com a decisão de Maggi de apoiar o projeto de reeleição do presidente Lula durante o segundo turno de 2006. De lá para cá as siglas tem dado demonstrações de bom relacionamento e de possíveis costuras políticas para 2010.

O grupo de José Dirceu também mantém o controle do PT no Estado. O ex-ministro não pode ser candidato em 2010, em virtude de ter sido cassado em 2005, por ser acusado de ser chefe do esquema do mensalão.

Segundo Moraes, o PT de Mato Grosso deve começar os debates sobre o processo sucessório de 2010 após o segundo semestre desse ano.

Polêmica

Dirceu vem ao Cuiabá (apesar de ter sido recentemente condenado a pagar custos à Justiça do Estado de São Paulo pela entrada com o pedido contra ex-governador Orestes Quécia) em meio a mais uma polêmica com o ex-senador e candidato derrotado pelo governo do estado em 2006, Antero Paes de Barros (PSDB). O petista denunciou na semana passada pelo blog que mantém no site, que o tucano, mesmo morando em Mato Grosso, integra o conselho administrativo da empresa paulista Sabesp e que ganha um jeton mensal de R$ 3,8 mil. Dirceu acusou Barros de ser “funcionário fantasma”.

A vinda de Dirceu também promete aquecer as divergências do ex-ministro com Antero. Desafetos, desde o episódio do mensalão, os dois sempre promovem ataques mútuos. Ao se reportar sobre o assunto, Ságuas Moraes disse que cabe ao ex-ministro responder à questão. O secretário de Educação deixou claro ainda que Dirceu continua sendo uma das maiores expressividades do Partido dos Trabalhadores.

“O José Dirceu não se furtou em responder as questões relativas ao mensalão. Ao contrário, desde o início ele vem se esforçando para responder a todos os questionamentos e para provar que não integrou esse esquema. Dessa forma não vejo o porquê ele teria uma imagem manchada. Se o processo tivesse corrido à revelia poderiam até tentar ligá-lo ao caso, mas não é isso que vem ocorrendo”, ponderou o secretário.

Antero de Barros e José Dirceu já travaram diversos embates, quando o tucano era senador e o petista era ministro. O ex-senador era um dos maiores críticos do governo Lula no Congresso Nacional.

Fontes