Dados indicam que um estupro acontece a cada 11 minutos no Brasil.
27 de maio de 2016
Uma adolescente de 16 anos foi vítima de um estupro colectivo no Rio de Janeiro, cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
O facto assumiu contornos nacionais e apesar da crise política actual, mobiliza o país, com várias campanhas a pedirem mão pesada da justiça e das autoridades contra violadores sexuais.
O crime foi praticado por mais de 30 homens na sexta-feira, 20, mas ganhou notoriedade quanto os criminosos publicaram nas redes sociais um vídeo com a vítima nua e a dormir.
A esquadra de repressão aos crimes de informática do Rio de Janeiro investiga o caso e já terá identificado quatro suspeitos.
A jovem foi encaminhada para um hospital na quinta-feira, 26, e recebeu atendimento médico.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais brasileiras depois da divulgação dos vídeos pelos estupradores.
Internautas do país, principalmente mulheres, pediram o fim da cultura do estupro no Brasil.
De acordo com os dados mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um estupro acontece a cada 11 minutos no país e as vítimas são principalmente mulheres.
No mesmo dia do crime cometido no Rio de Janeiro, outro estupro colectivo aconteceu em Teresina, no Piauí, onde um homem de 18 anos e quatro adolescentes abusaram sexualmente de uma menina de 17 anos.
A ONU Mulheres divulgou uma nota em que pediu tolerância zero a todas as formas de violência contra as mulheres e à banalização desses crimes no Brasil.
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro-Mulher, Daniela Gusmão, afirmou à VOA que crimes brutais como esse mostram "o quanto a sociedade brasileira tem regredido nas questões de género" e garantiu que a OAB vai prestar auxílio jurídico à jovem.
Internautas agendaram nas redes sociais protestos em diversas cidades do Brasil para a próxima semana, para pedir o fim da violência contra a mulher e a punição dos envolvidos nesses crimes.
Fonte
- Bárbara Ferreira Santos. Estupro colectivo revolta brasileiros — Voz da América, 27 de maio de 2016
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