13 de novembro de 2018

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Mba’éichapa significa olá na língua indígena guarani. Foi esse simples cumprimento que inspirou o projeto Dicionário Indígena Ilustrativo: resgatando as línguas ofaié e guarani. Estudantes do 6° ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho, de Brasilândia (MS) produziram um dicionário com ilustrações próprias das duas línguas. O livro chegou a ser distribuído nas escolas do município e para a biblioteca da cidade.

“Os alunos indígenas estudam à tarde, pela dificuldade para se deslocarem até a escola. Eu sempre dei aula de manhã, quando mudei para a tarde, a presença deles foi novidade para mim. Eles falaram essa palavra e eu achei interessante”, disse.

Tânia Rodrigues da Silva Lins, 13 anos é uma das estudantes que faz parte do projeto. Ela é da etnia Ofaié, mas, como os demais jovens, não chegou a aprender o idioma. “A gente não tem muita oportunidade de resgatar a cultura e levar para fora. Achei muito legal”, diz. Ela fez entrevistas com quem ainda fala o idioma na aldeia, uma dessas pessoas, a própria avó, Neuza da Silva, 57 anos.

“Para mim o idioma é difícil, eu nasci falando português. Minha avó é a mais antiga da aldeia, às vezes ela tenta ensinar a gente e às vezes a gente aprende, mas ela tem vergonha de falar”, diz.

Premiação

“A premiação é uma estratégia para valorizarmos não só os 11 projetos selecionados, mas principalmente este movimento de crianças e jovens que estão pensando criticamente suas realidades e desenvolvendo projetos de transformação social”, diz um dos coordenadores do programa Criativos da Escola Gabriel Maia Salgado. “Mesmo em contextos políticos e sociais adversos, os estudantes vêm construindo transformações e, inclusive, pressionando escola, comunidade e a própria gestão pública para trabalharem juntos”.

Os demais projetos premiados estão disponíveis no site do Desafio.

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