14 de outubro de 2022

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Os Estados Unidos iniciaram nesta quinta-feira o retorno de migrantes venezuelanos por vários pontos da fronteira com o México, ao mesmo tempo em que enviam uma mensagem que não poderão mais entrar no país.

Abrigos de igrejas católicas em Matamoros, Ciudad Juárez e Piedras Negras, na fronteira mexicana, relataram os retornos à Associated Press. A Organização Internacional para as Migrações confirmou em uma breve mensagem que estava ciente do início dos retornos, mas não deu mais detalhes. As autoridades não forneceram informações a esse respeito.

Os retornos fazem parte de um plano anunciado na quarta-feira pelos governos dos EUA e do México, segundo o qual a Casa Branca aceitará até 24.000 migrantes venezuelanos que se pré-registrem no programa e cheguem de avião.

O México, por sua vez, receberá os expulsos que cruzarem irregularmente por terra, como era costume no ano passado.

Cerca de 120 venezuelanos foram devolvidos a Matamoros, cidade que fica do outro lado de Brownsville, confirmou o padre Francisco Gallardo, diretor da Casa del Migrante, onde os estrangeiros ficaram. Todos chegaram com uma permissão temporária para estar no México, explicou o padre, acrescentando que não recebeu nenhuma informação sobre o que aconteceria com eles.

“As pessoas estão muito bravas, muito chateadas. Eles estão surpresos, querem respostas e não sabemos como informá-los", disse Gallardo.

O padre Javier Calvillo, da Casa del Migrante de Ciudad Juárez, no centro da fronteira, destacou que os venezuelanos retornados também começaram a chegar lá, embora não tenha dado um número. Apenas alguns que pediram banheiro, roupas ou comida passaram por seu abrigo, mas a maioria foi alojada em instalações do Estado, acrescentou.

Enquanto isso, um dia depois de anunciar o programa, Blas Nuñez-Neto, subsecretário interino de Política de Fronteiras e Imigração do Departamento de Segurança Interna dos EUA, lembrou que aqueles que agora atravessam o Panamá e o México “não serão elegíveis” para o novo plano.

"Para aqueles que estão em movimento, quero dizer claramente que fiquem onde estão, não entrem no México e não tentem cruzar nossa fronteira", disse o funcionário em entrevista coletiva por telefone.

Estima-se que mais de sete milhões de pessoas tenham fugido da Venezuela em busca de uma vida melhor devido à crise política e econômica que assola o país. Muitos ficaram em outros países da América Latina, mas no último ano as chegadas aos Estados Unidos se multiplicaram e o venezuelano se tornou a segunda nacionalidade com mais interceptações na fronteira, depois do mexicano.

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