Agência Brasil

29 de julho de 2009

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Após um mês no poder, o governo provisório de Honduras sofreu o mais duro golpe até agora. Os Estados Unidos suspendaram os vistos diplomáticos de quatro autoridades hondurenhas, que participaram da deposição do presidente. Na lista, o juiz que mandou prender Manuel Zelaya, em 28 de junho, e o presidente do Congresso, Jose Alfredo Saavedra.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ian Kelly, disse que outros vistos diplomáticos podem ser revistos, e reafirmou que os Estados Unidos não reconhecem Roberto Michelleti como presidente de Honduras. De acordo com a assessoria do presidente provisório de Honduras, essa reação não preocupa, já que foram suspensos apenas os vistos diplomáticos e não os vistos convencionais das autoridades.

A ação norte-americana foi um recado para o Congresso, que pretende atrasar o quanto pode a decisão sobre a concessão ou não de uma anistia para Zelaya e para os militares, que expulsaram do país o presidente deposto. A anistia deve ser votada só na quinta-feira (30), prazo máximo estipulado pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, responsável pela negociação internacional.

O deputado Ronaldo Reyes Avelar, do Partido Nacional (de oposição a Zelaya), disse que não tem pressa para terminar com o impasse. “Vamos analisar todos os pontos com muita cautela. Não vamos fazer nada de afogadilho”, advertiu.

O ex-presidente do Chile Ricardo Lagos foi convocado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para auxiliar nas negociações. Ontem (28), em Tegucigalpa, houve poucas manifestações. Lojas e escolas funcionaram normalmente. Mas o grupo a favor de Zelaya promete parar a capital na quinta-feira e na sexta-feira (31). “Esse governo só administra a crise, não faz mais nada”, analisou Israel Salina, secretário-geral da União dos Trabalhadores de Honduras.

Enquanto isso, o toque de recolher completa quatro dias na fronteira. Mesmo com o bloqueio de estradas, os militares deixaram que a mulher de Manuel Zelaya, Xiomara Zelaya, avançasse em diração à aduana, onde o presidente deposto comanda a resistência ao golpe. O comandate militar, Romeu Vasquez, foi à região, e ordenou que o Exército mantenha a patrulha para impedir a entrada de Manuel Zelaya no país.

Fontes