16 de janeiro de 2022

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A Rússia enviou “um grupo de agentes” para a Ucrânia para fomentar um pretexto para outra invasão daquele país, disse o secretário de imprensa do Pentágono, John F. Kirby, durante uma entrevista coletiva na sexta-feira.

Kirby apressou-se a dizer que o governo dos EUA ainda acredita que há espaço para resolver diplomaticamente o problema da presença russa na fronteira da Ucrânia. "Ninguém quer ver outra invasão e incursão da Ucrânia", disse ele. "Ainda... acreditamos que há tempo e espaço para a diplomacia".

Ainda assim, se a Rússia invadir seu vizinho, os Estados Unidos "continuarão a fornecer assistência de segurança à Ucrânia para ajudá-la a se defender melhor",enfatizou Kirby.

Kirby falou que os agentes russos usam a mesma estratégia que foi usada pelos em 2014, quando a Rússia invadiu a Crimeia e depois anexou ilegalmente a área. Kirby não pôde dar muitos detalhes, mas disse que os Estados Unidos "têm informações que indicam que a Rússia já está trabalhando ativamente para criar um pretexto para uma possível invasão, para um movimento sobre a Ucrânia".

Os agentes russos estão pré-posicionados na Ucrânia para conduzir "o que chamamos de operação de bandeira falsa - uma operação projetada para parecer um ataque a... pessoas de língua russa na Ucrânia, novamente, como uma desculpa para entrar".

Os Estados Unidos também têm informações de que a Rússia está fabricando provocações ucranianas nas redes sociais e estatais como uma espécie de pretexto para invasão, disse ele. "Já vimos esse tipo de coisa antes fora da Rússia", disse ele. "Quando não há uma crise real para atender às necessidades deles, eles inventam uma. Então, estamos atentos a eles".

Também houve ataques cibernéticos em sites do governo ucraniano. Kirby disse que é muito cedo para atribuir esses ataques à Rússia, mas observou que este tipo de ação também está na cartilha russa.

Kirby não entrou em muitos detalhes, mas observou que a Rússia muitas vezes "hibridiza" seu pessoal recrutando-os de suas comunidades de inteligência, seus serviços de segurança ou suas forças armadas.

Há forças americanas na Ucrânia trabalhando para aconselhar e ajudar os militares ucranianos. Há menos de 200 guardas nacionais da Flórida designados para a missão.

Kirby disse que os Estados Unidos acreditam que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não decidiu sobre a invasão, mas se houver uma incursão, a proteção do pessoal americano continua sendo primordial. "Tomaremos todas as decisões apropriadas para garantir que nosso povo esteja seguro em qualquer caso", disse Kirby.

Em Bruxelas, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também disse que há espaço para a diplomacia funcionar. Ele havia se encontrado com oficiais russos como parte do Conselho OTAN-Rússia na sede da aliança. "Tivemos uma conversa muito séria e direta sobre a situação dentro e ao redor da Ucrânia e as implicações para a segurança europeia", disse ele. "Existem diferenças significativas entre os aliados da Otan e a Rússia nessas questões. Nossas diferenças não serão fáceis de superar, mas é um sinal positivo que todos os aliados da Otan e a Rússia se sentaram em torno da mesma mesa e se engajaram em tópicos substantivos".

Uma exigência russa é que a Ucrânia não se torne membro da OTAN.

"A Ucrânia é uma nação soberana", disse Stoltenberg. "A Ucrânia tem o direito de autodefesa. A Ucrânia não é uma ameaça para a Rússia. A Rússia tem a maior potência terrestre da Europa. Eles são uma das duas maiores potências nucleares. Eles investiram pesadamente em novas e modernas capacidades nos últimos anos".

A Rússia também disse que a Ucrânia ameaça a Rússia. O secretário-geral disse que a Rússia continua a ocupar ilegalmente a Crimeia e controla os separatistas no leste da Ucrânia. "A ideia de que... a Ucrânia ameaça a Rússia é absolutamente colocar tudo de cabeça para baixo", disse ele. "É a Rússia que é o agressor. É a Rússia que usou a força e continua a usar a força contra a Ucrânia.

“Esta crise é provocada pela Rússia”, continuou ele, “e, portanto, é importante que eles diminuam [as provocações].”

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