Agência Brasil

Agência VOA

18 de outubro de 2016

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Forças iraquianas e curdas, disseram nesta terça-feira que haviam tomado o controle de cerca de 20 aldeias nos arredores de Mossul, no primeiro dia de uma operação para recuperar o último bastião importante do Estado Islâmico no Iraque.

Com cerca de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem em Mossul, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que estava preparando máscaras de gás em caso de um ataque químico por parte dos jihadistas, que no passado usaram este tipo de armas contra forças iraquianas curdas.

Dezenas de milhares de civis poderão ser expulsos pela força, ficar presos entre as linhas de combate ou ser usados ​​como escudos humanos, disse a OIM, uma das muitas organizações que expressaram preocupação pela situação.

A queda de Mossul poderia marcar a derrota dos jihadistas sunitas linha-dura no Iraque, mas também poderá levar a ocupação de terras e a massacres entre os grupos enfrentados depois da derrubada de Saddam Hussein em 2003.

Efetivos do Exército iraquiano e forças Peshmerga do autônomo Curdistão iraquiano começaram a avançar em direção à cidade ao amanhecer de segunda-feira, cobertos por aviões da coalizão liderada por Estados Unidos estabelecida depois de que Estado islâmico entrou no Iraque deste Síria em 2014.

ONU editar

A coordenadora das Nações Unidas para o Iraque, Lisa Grande, afirmou que a entidade está se preparando para receber cerca de 400 mil refugiados por causa da ação militar na cidade de Mossul. As informações são da Agência Ansa.

"Estamos trabalhando sem descanso para abrir, dentro das próximas semanas, mais 22 campos de emergência que podem abrigar até 400 mil refugiados em fuga de Mossul", disse a representante, em coletiva de imprensa em Bagdá.

De acordo com a coordenadora, "até o momento, nós temos seis campos capazes de abrigar 60 mil pessoas", mas é estimado que até meio milhão de pessoas fujam do local.

A terceira maior cidade do Iraque está sob fogo cruzado após o premier do país, Haidar al-Abadi, anunciar uma grande operação para retirar a localidade das mãos do Estado Islâmico (EI). O controle dos jihadistas já dura mais de dois anos e Mossul é considerada a "capital do Califado" proclamado pelo EI.

Na época em que os extremistas tomaram a cidade, em 2014, as imagens de mais de meio milhão de pessoas fugindo a pé rodaram o mundo e alertaram os países "aliados" dos iraquianos de que a situação estava saindo do controle.

Lisa Grande destacou ainda que os traficantes de seres humanos já começaram a atuar na cidade e estão cobrando "cerca de US$ 10 mil" para retirar quem quer fugir do confronto.

Segundo a coordenadora, antes da ofensiva, esse valor girava em torno dos US$ 1,5 mil.

Itália editar

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, afirmou que a ação militar no Iraque – que conta com o apoio da coalizão para derrotar o EI –, não deve "repetir" os erros já cometidos por tropas estrangeiras.

"Não pode-se repetir os erros do passado. Não basta libertar Mossul, será preciso gerir a fase sucessiva de maneira inclusiva e estável", disse Gentiloni lembrando que a Itália é o segundo país com mais tropas militares no território iraquiano – atrás apenas dos EUA.

Estados Unidos editar

Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a campanha é um risco calculado e as autoridades estadounidenses reconhecem que não há um plano claro como será governada a região em torno de Mossul, uma vez que Estado Islâmico seja expulso.

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Fontes editar