17 de outubro de 2017

Combatentes das Forças Democráticas Sírias em Raqqa, 2017.
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Os curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias (FSD) anunciaram a captura da cidade síria de Raqqa, até agora foi o principal bastião do Estado Islâmico (EI) e capital do seu califado autoproclamado. Se tratou uma das primeiras cidades tomadas pelo EI. No entanto, em junho passado, as FDS ingressaram na cidade, apoiadas pelas tropas dos EUA.

Embora reconheça que permanecem os jihadistas, o grupo terrorista perdeu o controle da cidade. Os últimos combates foram realizados na praça que o EI usou para suas execuções, além do hospital central e do estadio municipal, o último bastião apoiado pelos milicianos. Enquanto alguns combatentes demonstraram sua felicidade e agitaram a bandeira do FSD ou tiraram fotografias, outros começaram a chorar.

Raqqa é localizada no vale do Eufrates, nas proximidades da fronteira turca e a 160 quilômetros de Aleppo. Em 2013, se tornou a primeira capital provincial da Síria tomada por rebeldes opositores do governo de Bashar al-Asad. No ano seguinte, o EI expulsou os rebeldes e assumiu o seu controle. Sua recaptura por parte das FSD, põe fim a três anos e oito meses como a capital do califado.

No entanto, o grupo terrorista deixou para trás, um "cenário de desolação", edifícios derrubados, escombros nas ruas e veículos destruídos foram o resultado de quatro meses de enfrentamentos e bombardeios aéreos. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos reporta 3250 mortos na batalha de Raqqa, dos quais 2120 foram combatentes e 1130 civis, 270 crianças. Após sua captura, o Estado Islâmico impôs sua lei e realizou decapitações, estupros e execuções maciças. Também lapidou suspeitos de adultério e assassinou homossexuais.

As FSD sinalizam que a cidade será gestionada por um conselho civil. "De acordo que ouvi da Coalizão, há um plano para reconstruir Raqqa o mais rápido possível", disse uma autoridade à El Mundo. "Há ONGs e empresas estadounidenses e outras nacionalidades respondendo à chamada e preparando planos ao respeito, para depois da libertação", acrescentou.

Nuri Mahmud, porta-voz das Unidades de Proteção Popular, disse que até mesmo suas tropas "pentearam" o centro da cidade. "Nossas forças estão limpando Al Raqa de mercenários do Daesh [o Estado islâmico], nossos combatentes realizam este trabalho nos arredores do Hospital Nacional", disse Mahmud e acrescentou: "Podemos dizer que 99% de Al Raqa está limpa de terroristas do Daesh, mas devemos acabar a operação de limpeza no Hospital Nacional para destruir as minas e terminar com os remanescentes dos mercenários".

Fontes