21 de agosto de 2023

Luisa González
Daniel Noboa
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Com 90% das urnas apuradas, Luisa González (33,28%) e Daniel Noboa (23,69%) disputarão o segundo turno para presidente de Equador. O dia eleitoral deste domingo transcorreu normalmente até as primeiras horas da tarde, segundo informações da mídia local.

Além do presidente, os eleitores também escolheram 137 deputados da assembleia, além de questões específicas sobre exploração mineira e outras questões regionais.

As eleições neste país sul-americano decorreram em um clima de medo, num cenário marcado pela violência e com recintos fortemente vigiados pela polícia e o exército.

O Equador vai a essas eleições depois que o presidente Guillermo Lasso dissolveu o Legislativo em maio para evitar um julgamento político, embora tenha sido forçado a convocar novas eleições e reduzir seu próprio mandato em quase dois anos.

Cerca de 13,45 milhões de eleitores foram convocados para escolher entre oito candidatos presidenciais, encabeçados por Luisa González, de tendência progressista de esquerda, seguido pelo ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, o advogado indígena Yaku Pérez e, eventualmente, o economista militar formado Jan Topic.

O Equador vive um clima de violência, que deixaram mais de 4.300 mortes violentas até agora em 2023. Reverter esse cenário pode ser o principal desafio para o próximo presidente.

No contexto de violência crescente, 10 dias antes das eleições, o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado quando saía de um comício político em uma escola no norte da capital Quito.

Ele foi substituído pelo jornalista Christian Zurita, cuja candidatura foi aprovada um dia antes do encerramento da campanha. Em julho, também foi assassinado Agustín Intriago, prefeito de Manta, a terceira maior cidade do Equador, e, alguns dias antes, um líder político de Esmeraldas.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamint, afirmou no domingo que a votação “deve ser uma forte mensagem democrática de união e esperança para enfrentar a violência que ameaça o nosso país, ainda que a dor nos domine”.

Os candidatos considerados entre os favoritos votaram logo pela manhã. O primeiro, Sonnenholzner, destacou que a situação nacional "é grave" e que o país precisa de pessoas "que saibam exatamente o que fazer".

González, a única mulher na disputa, disse que entre o que estava sendo decidido incluía enfrentar a situação de insegurança, saúde, educação e emprego.

Daniel Noboa, também candidato, vestindo um colete à prova de balas, disse que os equatorianos estão "em uma incerteza terrível" e enfrentam uma "sensação de insegurança". Ele esperava que o dia permanecesse em ordem e em paz.

O medo multiplicado pelos últimos episódios tornou necessário o reforço das operações de controle. O governo informou a mobilização de mais de 100.000 polícias e militares que vigiaram as 4.390 assembleias de voto autorizadas.

O segundo turno das eleições ocorrerá em 15 de outubro e o novo governante assumirá o cargo em 30 de novembro.

Fontes