18 de fevereiro de 2021

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O algodão da Bahia vem ganhando destaque nos cenários nacional e internacional do agronegócio. Isso por conta da sua produtividade em terras baianas (cerca de 300 arrobas/hectare) e da qualidade de sua fibra, considerada uma das melhores do mundo. Atualmente, a Bahia é a segunda maior produtora de algodão do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso. Esse destaque no setor torna de muita importância para o estado o recente lançamento do Projeto Cotton Brazil.

O Projeto é uma iniciativa da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), tendo como principal objetivo centrar esforços em prol da divulgação internacional do algodão do Brasil. O objetivo da iniciativa é ousado: colocar o país no topo do ranking da exportação mundial de algodão até 2030.

A ideia é focar, inicialmente, o mercado asiático, onde será trabalhada a marca Cotton Brazil em nove países. Para isso, a Abrapa terá um escritório de representação em Singapura, na ponta sul da Península Malaia, no Sudeste Asiático. Também será desenvolvida a plataforma cottonbrazil.com, traduzida para os idiomas da China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia, Tailândia e Coreia do Sul. Cada um dos países citados também receberá eventos técnicos, missões de compradores e vendedores, pesquisas de mercado e conversações para parcerias estratégicas, dentre outras ações. E o trabalho já está em andamento, com entendimentos já em curso com a Federação Internacional da Indústria Têxtil Chinesa (ITMF) e o Conselho Chinês da Indústria Têxtil e de Vestuário (CNTAC).

O crescimento da importância do algodão brasileiro como commodity é contínuo nos últimos anos. Nas últimas três safras, a produção dobrou, mantendo-se praticamente a mesma área plantada. Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor da fibra no mundo e segundo maior exportador, sendo que mais de 50 países compram algodão do Brasil. Mas a fatia asiática desse bolo é considerável: mais de 80% de todo o algodão produzido no Brasil em 2019 teve como destino a Ásia. Só a China importou do Brasil 31% de toda a sua produção da oleaginosa.

China e Índia são os maiores produtores de algodão do mundo, porém, consomem internamente a maior parte do que colhem. Isso faz com que os Estados Unidos sejam, atualmente, o maior exportador mundial do produto.

O Projeto Cotton Brazil tem tudo para impactar positivamente no mercado brasileiro do algodão como um todo, e em especial no baiano. Atualmente, cerca de 60% da produção de algodão do estado é exportada e a abertura de novos mercados consumidores tem tudo para estimular ainda mais a cadeia produtiva.

“Temos um produto de melhor qualidade. Só precisamos mostrar ao mundo. E, para isso, vamos realizar um grande trabalho de posicionamento de imagem junto aos principais mercados”, disse Júlio Cézar Busato durante o lançamento do Projeto Cotton Brazil, que foi realizado em evento virtual, na primeira quinzena de dezembro. Busato é vice-presidente da Abrapa e será o presidente da entidade no próximo biênio, sucedendo o atual, Milton Garbugio, que no mesmo evento destacou o crescimento exponencial do setor no Brasil, nos últimos anos: “Há pouco mais de 20 anos, éramos o segundo maior importador mundial de algodão”, destacou.

Os números deixam explícito o crescimento do algodão no país e o Projeto Cotton Brazil abre espaço para uma exploração ainda maior dos mercados internacionais. “Podemos garantir a disponibilidade de mais algodão sustentável no mundo, apresentando nosso potencial e competitividade para os mercados mais exigentes, tendo ainda o reconhecimento da qualidade do nosso produto”, disse o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Augusto Pestana, no lançamento do Cotton Brazil.

“O caminho será de muitas lições e aprendizados, mas recompensará o setor pela visão de estar presente no centro do maior e mais pujante mercado, o asiático. Vamos projetar o Brasil pelo mundo através do algodão”, concluiu o presidente da Abrapa, Milton Garbugio.

Fonte

  • [1], SEAGRI - Governo da Bahia, 16 de dezembro de 2020.

Nota: conforme aviso no rodapé do website da Seagri, “todo o conteúdo deste portal pode ser utilizado livremente desde que a fonte seja citada”.