Agência Brasil

Brasil • 10 de julho de 2009

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O emprego na indústria brasileira caiu 0,5% em maio, na comparação com abril deste ano. Foi a oitava queda consecutiva em relação ao mês imediatamente anterior. Em relação a abril de 2009, foi a sexta queda (6,0%) seguida e a menor da série iniciada em 2001, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados hoje (10), no Rio de janeiro.

No acumulado do ano, houve queda de 4,7%, menor do que a de abril (-4,4%) e no acumulado de 12 meses até maio caiu 1,1%, a menor taxa da série. Esse índice revela trajetória descendente desde agosto de 2008, quando a queda foi de 3,0%. “Os resultados permanecem negativos. Vamos esperar os próximos resultados”, diz Denise Cordovil, técnica do IBGE.

O número de horas pagas na indústria caiu 1,1% em maio, em relação a abril. Foi a oitava queda consecutiva desde agosto do ano passado, acumulando a taxa negativa de 8,1%. Em relação a maio de 2008, os resultados continuaram negativos: 6,7% no mês, 5,6% no acumulado no ano e 1,5% no acumulado nos últimos 12 meses, este em trajetória descendente desde setembro de 2008 (2,7%).

Ao contrário do emprego, a folha de pagamento, após dois meses de queda, cresceu 1,9% em maio em relação a abril, influenciada pelo pagamento de participações nos lucros na indústria extrativa. No confronto com iguais períodos de 2008, a folha de pagamento real recuou 0,6% no mês e 0,8% no acumulado no ano. O acumulado nos últimos 12 meses vem diminuindo desde setembro de 2008 e atingiu sua menor taxa (-3,0%) desde abril de 2007, quando registrou queda de 2,7%.

Denise observa que, em maio deste ano, em relação a maio de 2008 (-6,0%), a queda foi generalizada, atingindo 14 locais e 17 dos 18 setores pesquisados. São Paulo (-4,5%), Minas Gerais (-8,5%) e as regiões Norte e Centro-Oeste (-9,6%) exerceram as pressões negativas mais significativas. Na indústria paulista, a maioria dos segmentos (14) teve queda, com destaque negativo para produtos de metal (-14,4%), meios de transporte (-11,5%) e borracha e plástico (-13,4%).

No estado de Minas Gerais, os impactos negativos mais importantes vieram de vestuário (-17,4%) e meios de transporte (-13,8%). Nas regiões Norte e Centro-Oeste, sobressaíram os recuos em madeira (-32,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-22,4%).

De acordo com técnica do IBGE, em termos setoriais, no total do país, os principais destaques negativos na média global vieram de vestuário (-10,0%), meios de transporte (-9,6%), produtos de metal (-11,3%) e máquinas e equipamentos (-9,1%). Em direção contrária, papel e gráfica (9,4%) foi o único impacto positivo.

Denise observa que ao longo de 2009 o emprego industrial mantém sinal negativo na comparação com o mês imediatamente anterior, porém sinaliza redução no ritmo de queda frente aos meses anteriores. Nas comparações com períodos mais longos, as taxas também são negativas, atingindo, em maio, recordes históricos para os principais indicadores: queda de 6,0% frente a maio de 2008, recuo de 4,7% no acumulado para os primeiros cinco meses de 2009 e de -1,1% no acumulado nos últimos doze meses.

Fontes