25 de novembro de 2020

link=mailto:?subject=Embaixada%20da%20China%20no%20Brasil%20emite%20nota%20sobre%20"comentários%20difamatórios"%20de%20Eduardo%20Bolsonaro%20–%20Wikinotícias&body=Embaixada%20da%20China%20no%20Brasil%20emite%20nota%20sobre%20"comentários%20difamatórios"%20de%20Eduardo%20Bolsonaro:%0Ahttps://pt.wikinews.org/wiki/Embaixada_da_China_no_Brasil_emite_nota_sobre_%22coment%C3%A1rios_difamat%C3%B3rios%22_de_Eduardo_Bolsonaro%0A%0ADe%20Wikinotícias Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

A embaixada da China no Brasil emitiu ontem, 24 de novembro, uma nota "sobre comentários difamatórios de um deputado federal brasileiro". O deputado em questão é um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro.

"Em um fio de mensagens publicado no Twitter, dia 23 de novembro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro acusou o Partido Comunista da China e empresas chinesas de praticar espionagem cibernética e defendeu a iniciativa dos EUA de criar uma aliança internacional que discrimina a tecnologia 5G da China. Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Prestam-se a seguir os ditames dos EUA no uso abusivo do conceito de segurança nacional para caluniar a China e cercear as atividades de empresas chinesas. Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos", diz o primeiro parágrafo da nota.

"A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil há 11 anos consecutivos e é também um dos países com mais investimentos no Brasil. Entre janeiro e outubro, as exportações brasileiras para a China foram de US$ 58,459 bilhões, respondendo por 33,5% do total de exportações do Brasil", continuou o porta-voz da Embaixada no texto.

Já no parágrafo final lê-se: "Na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil", terminando o texto com um aviso: "Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil".

Recaída

Esta não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro cria um incidente diplomático com a China.

Em março passado, o deputado escreveu em seu Twitter que a pandemia de Covid-19 era "culpa da China". Em sua postagem, ele fez uma comparação com o acidente nuclear de Chernobil, dizendo que tanto a Rússia como a China eram "ditaduras que preferiam esconder algo grave a expor, tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas".

Horas depois, a Embaixada respondeu ao comentário, também usando o Twitter, que as palavras do deputado eram " extremamente irresponsáveis". "Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo", enfatizou a Embaixada ainda.

Na época, foi o presidente da câmara, Rodrigo Maia, que teve que "colocar panos quentes", escrevendo em seu Twitter: "em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador Wanming Yang pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro".

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Fontes