Ucrânia • 11 de fevereiro de 2015

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A chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes da França, François Hollande; da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, chegaram hoje (11) a Minsk para participar de reunião destinada a encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia. Merkel e Hollande chegaram acompanhados dos respectivos ministros dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier e Laurent Fabius, pouco depois de ter pousado na capital bielorrussa o avião do presidente da Ucrânia. Os chefes de governo da Alemanha e da França deverão se reunir com Poroshenko antes da cúpula, informou o gabinete do presidente francês.

A reunião, que tem por objetivo acabar com dez meses de guerra, começa na noite desta quarta-feira, mesmo dia em que foi deflagrado um dos mais sangrentos combates no Leste da Ucrânia, entre as forças de Kiev a separatistas pró-Rússia. Pouco antes daquele que é considerado o encontro diplomático mais importante desde o início da crise ucraniana, os participantes elevaram a pressão com declarações, enquanto, na região, soldados ucranianos e rebeldes intensificaram os combates para se apresentarem em uma posição de superioridade à mesa das negociações.

Cerca de 50 pessoas, civis e soldados, foram mortas entre ontem e hoje no Leste da Ucrânia, um dos piores balanços desde o início do conflito. Em dez meses, a guerra já fez mais de 5.300 mortos. O encontro na Bielorrússia, decidido após uma semana de intensas consultas diplomáticas lideradas pela França e Alemanha, tem como objetivo a adoção de um plano de paz para acabar com o conflito entre as forças ucranianas e os separatistas. A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que a Cúpula de Minsk é “uma mudança para o melhor ou para o pior”, referindo-se a “perspetivas preocupantes”, se o resultado da reunião for negativo.

Antes de voar para Minsk, o presidente ucraniano mostrou-se irredutível. Ele se disse disposto a decretar a lei marcial em toda a Ucrânia em caso de fracasso da reunião. Poroshenko advertiu a Rússia de que ele, Merkel e Hollande falarão “a uma só voz”. Segundo a Presidência francesa, Hollande e a chanceler alemã pretendem “tentar tudo” para encontrar uma solução diplomática e pôr fim à crise que originou o pior período de confrontos entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da União Soviética, em 1991.

Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez a tensão aumentar quando telefonou, ontem à noite, a Putin. Na conversa, Obama disse que ao presidente russo que, caso continue sua estratégia “agressiva” na Ucrânia, a Rússia verá aumentado “o preço a pagar”. Em Moscou, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, destacou “progressos notáveis” nas negociações. No entanto, acusou os ucranianos de querer colocar no topo das negociações da lista das prioridades da cúpula a questão do controle da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, junto às zonas separatistas.

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