11 de abril de 2022

Geraldo Alckmin
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O ex-presidente Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira, 8, acordo com seu antigo adversário Geraldo Alckmin, que agora faz parte do PSB, o Partido Socialista Brasileiro, como seu companheiro na candidatura à eleição presidencial de Outubro.

No lançamento da nova aliança, Alckmin destacou que quer unir esforços para reconstruir o país.

“Aqui foi bem explicitado o momento grave que nós estamos vivendo, na realidade não é hora de egoísmo, é hora de generosidade, grandeza politica, desprendimento e união. Política não é uma área de solitária, a força da política é centrípeta, nós vamos somar esforços aí pra reconstrução do nosso país", disse.

A aliança da dupla até poucos anos atrás era muito improvável.

Lula e Alckmin foram rivais nas eleições presidenciais de 2006.

Geraldo Alckmin era então do PSDB, partido considerado mais à direita e Luiz Inácio Lula da Silva venceu naquele ano e assumiu seu segundo mandato como presidente.

Alckmin, em 2010, tornou-se governador de São Paulo, o Estado mais importante do Brasil.

Agora, 16 anos depois, os dois sobem no mesmo palanque para tentar derrotar o Presidente Jair Bolsonaro, Lula como candidato a Presidente e Alckmin a vice-presidente.

O pré-candidato do PT vem ressaltando que ambos os políticos mudaram nos útimos anos.

“Eu mudei, o Alckmin mudou e o Brasil mudou. E acho que o Brasil precisa dessa mudança pra que a gente possa reconstruir o país”, afirmou Lula, quem acrescentou: “Eu fui adversário do Alckmin, não fui inimigo. Feliz era o Brasil quando a polarização era entre dois países democráticos”.

Para analistas políticos, é uma jogada de xadrez de Lula.

O cientista político Paulo Ramirez explica que o ex-Presidenre tenta atrair o eleitor de direita mais moderada.

“O ex-Presidente, de uma forma estratégica, quer atrair uma classe média de direita, mas que não alcança o radicalismo do Bolsonarismo”, explica.

As pesquisas das últimas semanas mostram que o Jair Bolsonaro vem se aproximando de Lula, chegando na casa dos 30% na primeira volta, contra 44% das intenções de voto do petista, o que mostra um cenário mais equilibrado numa possível segunda volta

“Esse eleitorado mais moderado vai ser determinante para decidir as eleições”, afirma Ramirez, quem considera que “Alckmin é uma espécie de avalista para Lula para sinalizar ao mercado que não haverá mudanças radicais no sistema, nem transformações frente às pautas morais ou mesmo grandes transformações económicas”.

Fontes