18 de novembro de 2020

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O bolívar, moeda corrente na Venezuela há 141 anos, passa por um processo de “destruição” que o tornou um signo econômico “irrecuperável”, alertam economistas.

Seu valor no mercado de câmbio paralelo desvalorizou 27% na semana passada. Em cinco dias, um dólar aumentou seu preço em até 160.000 bolívares. A desvalorização do bolívar atingiu 20% na taxa oficial.

Carlos Ñáñez, economista e professor da Universidade de Carabobo, explica que o bolívar perdeu definitiva e irreversivelmente suas qualidades monetárias.

Não é mais uma unidade de conta válida, nem um meio de troca, muito menos uma reserva de valor que atrai usuários e mercados, afirma.

“A Venezuela está passando por um processo de destruição de seu signo monetário. A Venezuela viveu outra Black Friday”, disse ele, referindo-se ao último dia de transações formais da semana passada, quando o dólar estava cotado a 691.000 bolívares.

Se o valor de um bolívar for interpretado considerando os oito zeros nominais que os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro eliminaram em 2007 e 2018, observa Ñáñez, um dólar custa 69 bilhões de bolívares venezuelanos.

“Estaríamos falando de um valor absolutamente impronunciável para cada dólar. O bolívar tornou-se um bem tóxico absolutamente repreensível. O bolívar é uma moeda irrecuperável”, diz ele.

José Guerra, economista e deputado da Assembleia Nacional, hoje no exílio, coincide com o prazo para definir o valor do bolívar.

“É irrecuperável. Os números não podem mais ser usados ​​em bolívares. As moedas são confiáveis ​​e, quando perdidas, o público as repudia, que é o que acontece com o bolívar do cidadão comum”, diz.

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