9 de dezembro de 2011

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Paisagem do Alto Douro vinhateiro, Património Mundial da UNESCO

Um relatório da Icomos, uma associação de profissionais de conservação e órgão consultivo da UNESCO, coloca em causa a continuidade da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO, devido ao "impacto irreversível e ameaça aos valores" que levaram a obter a classificação, com duras críticas relativas ao comportamento das autoridades portuguesas. Entretanto, o governo admite rever todo o processo face aos riscos da construção da barragem no Tua, com a EDP disponível para reformular o projecto.

Em causa está um relatório da Iomos, concluído em finais de Junho e remetido para o comité da UNESCO, e enviado em Agosto para as entidades nacionais, onde coloca em causa a manutenção da classificação devida à forte ameaça e aos impactos irreversíveis que a barragem terá sobre os valores e características que levaram à sua classificação, podendo implicar a perda da mesma.

Entretanto, o governo e a EDP já admitiram rever todo o processo, por forma a encontrar uma solução que permita a manutenção da classificação, com ajustes no projecto, que não agridam as características locais e ao mesmo tempo adicionem valor, estando a EDP está a trabalhar com “o arquitecto de reconhecido prestígio internacional Souto de Moura para conseguir a melhor solução possível, à semelhança da barragem do Picote, no Douro Internacional, classificada este ano como monumento de Interesse Público.


"Tem que ser uma decisão muito ponderada e assumida em bloco, e o Governo pondera analisar e avaliar toda a situação."

..."A única coisa que o Governo não admite é perder a classificação."

..."O projecto foi aprovado quando o cimento era tudo. Foi uma decisão apressada que marcou o Governo anterior"

Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura

Entretanto, o governo não só reafirmou a intenção de levar a cabo os procedimentos necessários para evitar a perda da classificação, não afastando a hipótese de abandono da edificação da barragem, o que implicaria avultadas penalizações à concessionada EDP.

Desde o início do ano que a barragem está em construção, sendo um pilar importante do contestado Plano Nacional de Barragens elaborado pelo anterior governo, e uma das oito com "elevado potencial hidroeléctrico".

Fontes