3 de maio de 2005

Estátuas de Dom Quixote (esquerda) e Sancho Pança (direita).
Retrato de Miguel de Cervantes (Geschichte der fremden Literaturen - zweiter Teil).
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O chinês Hu Zhencai, um dos encarregados da tradução de Don Quijote de La Mancha, de Miguel de Cervantes para o idioma mandarim, relatou durante uma conferência da XVIII Feira Internacional do Livro de Bogotá que a obra toda já foi traduzida. A XVIII Feira Internacional do Livro de Bogotá [1], se realizou por estes dias e teve a China como país convidado de honra.

Uma edição em chinês antigo da obra de Cervantes, tradução da edição inglesa, circulou durante a década de vinte, mas Zhencai assegura que esta edição não durou muito. Futung Hua realizou uma tradução da primeira parte em 1949 com relativo sucesso, devido ao interesse governamental pelas obras culturais estrangeiras. Mas Futung desconhecia que havia uma segunda parte do romance. Depois disto, foram lançadas cerca de 18 edições, sendo que quatro delas estariam completas.

O Governo encarregou então a tradução da primeira parte da obra à intelectual Yiang Jia, que teve que aprender castelhano para realizá-la. Ela completou o trabalho 11 anos depois. Sua primeira edição, de março de 1978, atingiu os 120 mil exemplares.

Em 1980, a famosa passagem dos moinhos de vento foi colocada no livro, fato que popularizou a obra de Cervantes entre os estudantes. Na década de noventa, "Dom Quixote" se tornou leitura obrigatória na escola primária e, mais tarde, na secundária.

Hu Zhencai, junto a seis colaboradores, empreendeu a tradução para o mandarín em 1991. Seis anos mais tarde completou a tarefa, que deu como resultado uma obra de oito tomos com mais de 3 milhões de hanzi (carateres chineses). O abnegado tradutor afirma que "Cervantes é o pai do romance moderno do mundo todo, assim como desenvolve um conto dentro de outro, joga com a seriedade e o humor como se fosse um jogo de caixas chinesas".

A Feira Internacional do Livro de Bogotá estava programada para continuar até o dia 2 de maio.

Fontes