7 de agosto de 2024

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Segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil, representando aproximadamente 30% dos óbitos todos os anos. Como se prevenir contra esse mal? O professor Sérgio Timerman, doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor do Centro de Parada Cardíaca da Faculdade de Medicina da USP, explica que são diversos os perfis que podem ser atingidos por doenças cardiovasculares.

“O maior desafio que nós temos é saber diagnosticar a pessoa que procura os cuidados de um pronto-socorro. Normalmente o paciente chega com uma dor torácica, como identificar se aquilo é de fato o princípio de um infarto ou não? Cerca de 25% a 30% das pessoas que chegam para nós pode estar com a origem de um infarto. Tem grupos de risco a serem observados, por exemplo, pessoas com histórico familiar, hipertensos, diabéticos, obesos, idosos, enfim, são várias possibilidades.”

Idade de risco

A idade das pessoas acometidas pelos infartos costuma ser de 40 anos ou mais. No entanto, o professor afirma que pessoas cada vez mais jovens estão começando a sofrer com a doença. “Por questões de estilo de vida e também por uma série de outras razões, essa idade tem baixado muito. As rotinas estressadas, mulheres na menopausa, enfim, a idade média tem abaixado”, comenta.

O especialista também detalha formas de identificar os sintomas mais facilmente. “Quando você tem uma dor similar a uma pressão, aperto ou um desconforto no peito e esse aperto ou desconforto irradia para o ombro, para o braço ou para o pescoço, às vezes para as costas, parte superior do abdômen ou mandíbula e vem acompanhado de um cansaço ou uma falta de ar, deve ser equivalente a angina. Esses são pacientes que você não pode perder tempo e procurar um serviço de emergência. Mas existem as exceções, que chegam com uma dor torácica incaracterística e aquilo pode ser realmente o princípio de um infarto; nesse caso, não há como se ter tanta certeza. Podemos estar falando de um problema gastrointestinal, pode ser um problema pulmonar, uma inflamação na parede do tórax, em última instância pode ser até um problema psicológico.”

Tempo é vida

Após identificado o problema de fato, é necessário agir com velocidade. “Tempo é vida. No momento em que nós temos uma obstrução de uma artéria, precisamos agir rapidamente para evitar que essa artéria se feche e acabe causando a morte do músculo que ela está nutrindo.

Hoje nós temos medicações que podem reverter essa condição e fazer a desobstrução imediatamente. Se eu tenho uma dor no peito muito característica, eu preciso procurar um serviço de emergência especializado e procurar atendimento rápido”, alerta Timerman.

Após o diagnóstico e passada a situação, é necessário mudar o estilo de vida. “Quando se chega nesse ponto de ter a angina, essa dor forte no peito, nós usamos o termo prevenção secundária, pois não há mais como reverter os sinais de atenção que já temos. Então a pessoa é fumante, estressada, hipertensa, enfim, essa pessoa já está sendo recomendada a mudar seu estilo de vida.

No momento em que você tem um infarto no miocárdio, todas essas recomendações se tornam muito mais importantes. Agora você já sofreu um dano severo ao coração, se não houver mudanças a situação pode se agravar de tal maneira que pode levar o paciente à morte. Então é fundamental adotar um sistema de prevenção muito mais amplo, e se tratar intensivamente”, finaliza.

Fontes

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