10 de janeiro de 2006

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Um documentário da rede estatal televisiva alemã ARD, chamado "Encontro com a morte", afirma que Havana usou Lee Harvey Oswald para assassinar o Presidente John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963. A produção custou 850 mil euros e foi produto de três anos de investigações no México e nos Estados Unidos da América.

Lee Harvey Oswald, um simpatizante de Fidel Castro que morou na União Soviética foi o assassino do Presidente Kennedy, segundo a Comissão Warren, criada em 29 de novembro de 1963 por Lyndon B. Johnson para investigar o crime. O relatório da Comissão concluiu que Oswald agiu sozinho, tese que ficou conhecida como "teoria do atirador solitário".

Wilhelm Huismann e Gus Russo, realizadores do programa de 90 minutos, afirmam que Oswald foi recrutado pelo serviço secreto cubano, o G-2, e recebeu durante sua estada no México em setembro de 1963, a proposta de disparar contra Kennedy. O futuro assassino teria viajado ao México semanas antes do crime para encontrar-se com oficiais de alta hierarquia do G-2. Um ex-chefe do G-2, Fabián Escalante, negou categoricamente a suposição.

Huismann assinala que a suposta luta entre Kennedy e Fidel Castro foi ganha por este último, depois que os norte-americanos fracassaram em seu objetivo de matar o líder cubano durante a invasão da Baía dos Porcos, em 1961. "Este erro político de Kennedy desencadeou uma cadeia de acontecimentos que, como uma antiga tragédia, devia forçadamente acabar com a morte de um dos dois protagonistas", disse o realizador do documentário.

No programa aparece o depoimento de Óscar Marino, um ex-agente cubano que afirmou que Oswald "estava cheio de ódio, e tinha a idéia". "Nós o usamos", acrescentou. Ele também declarou que Cuba temia que Kennedy quisesse matar Castro. Todavia, se absteve de dizer se Fidel realmente ordenou a morte do Presidente dos EUA.

Outro dos depoimentos filmados no documentário é o de Laurence Keenan, um ex-agente do FBI que tinha sido enviado ao México para seguir Oswald, e que foi substituído três dias depois, interrompendo a sua missão. "Talvez esta tenha sido a pior investigação na história do FBI. Dei-me conta de que tinha sido usado. Senti vergonha. Perdemos um momento histórico", declarou Keenan, que acrescentou: "Foi uma hora amarga para o FBI. Por motivos políticos tivemos que calar. Ainda me envergonho disso".

Ao que parece, o sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson, foi quem ordenou a retirada da missão, apesar de estar convicto da responsabilidade de Cuba no famoso crime, para evitar uma possível III Guerra Mundial, segundo Keenan. Ele disse estar esperançoso que as futuras gerações saibam mais da verdade sobre o assassinato quando muita informação deixar de ser confidencial, no ano 2038.

Jornal cubano contesta

O jornal Granma publicou com destaque uma notícia em que contesta a veracidade do documentário produzido na Alemanha. O artigo: Kennedy, conspiración en Hamburgo ("Kennedy, conspiração em Hamburgo"), assinado por Gabriel Molina diz: "Após pesquisar nos Estados Unidos e em Cuba sobre as causas do assassinato, foram determinadas, entre outras, as intenções do Presidente Kennedy de normalizar as relações com Cuba, além de outras não menos importantes razões de política interna."

Segundo o artigo do jornal: "Um dos objetivos colaterais do assassinato do presidente John F. Kennedy foi banir a Revolução Cubana. Mas esse fim não foi conseguido e eis a razão secreta para que, 42 anos depois, a conspiração continue existindo."

De acordo com o Granma, uma das hipóteses possíveis para o assassinato do Presidente Kennedy teria sido um "conluio entre a Máfia e a CIA".

Fontes