Notícia parcial

Na notícia se emprega o termo "golpe militar" à mudança de poder em Honduras, e tecnicamente não houve golpe militar, uma vez que a deposição de Manuel Zelaya se deu por ordem da Suprema Corte de Honduras, com o apoio do Congresso Nacional, tal como previsto pela Constituição, e executada pelos Comando de Estado Maior (os militares). Isso se deu por um motivo também previsto na constituição, que em suas páginas diz que a mera tentativa de mudança no regime eleitoral implica na imediata exoneração do cargo, e, sendo assim, ao pleitear uma reeleição, Manuel Zelaya deu motivos para ser deposto. É essa a lei máxima do país, a Constituição promulgada a luz de um regime democrático. A ilegal e bruta deportação de Zelaya pelos militares de nada tem a ver com a instauração de um governo provisório, uma vez que se ele tivesse continuado no país, de qualquer forma não seria mais o presidente, sendo, também nos moldes da Constituição, o substituto para o presidente o presidente do congresso. Sendo assim, o emprego do termo "golpe militar" é de fato uma abordagem tendenciosa, que visa claramente uma alusão às ditaduras militares da América Latina na segunda metade do século XX, sendo essas sim aberrações na forma de governo, que desrespeitaram as Constituições de seus países e seus respectivos regimes democráticos. Há de se atentar também para o fato dessa notícia ser apenas uma colagem de suas fontes, com a alteração do termo "golpe de estado" (também não cabível à situação) pelo termo "golpe militar".