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Os empresários das ACFs estão ameaçando criar um correio privado caso os contratos das franqueadas sejam interrompidas em novembro

27 de setembro de 2010

Diante do problema relacionado às licitações das ACFs (Agências dos Correios Franqueadas), que vencem no dia 10 de novembro, os capitalistas estão aproveitando a situação para privatizar o serviço dos Correios.

A Associação Brasileira de Franquias Postais de São Paulo (Abrapost) anunciou que tem interesse em criar uma empresa privada de correio. Segundo o presidente da associação, Márcio Ramos Pires, já existem “conversas ‘bem adiantadas’ com empresas de logística para a entrega das correspondências”. (Portal Agência Estado, 25/9/10).

A revelação dos empresários das franquias ajuda a entender o esquema montado para beneficiar grupos de capitalistas que têm ligações com a direção dos Correios e com o governo.

Desde quando foram criadas ainda na era Collor, as ACFs já faziam parte de um esquema envolvendo lobbies entre empresários e altos diretores da empresa. As concessões das franquias foram distribuídas livremente para esses empresários, sem nenhuma licitação, como estaria previsto em lei. Muitas denúncias e escândalos depois, essa irregularidade só foi questionada pela justiça hoje, o que provocou a crise com os empresários das ACFs, que não querem perder o lucrativo negócio.

O suposto fechamento das ACFs, que está servindo de pretexto para a imprensa capitalista fazer um terrorismo em torno de uma ameaça de “apagão postal”, não passa de uma manobra para beneficiar ou os mesmos empresários ou um novo grupo de capitalistas que estão de olho nos lucros dos Correios.

O desenvolvimento da crise nos Correios está deixando cada vez mais claro que todo o esquema tem o objetivo de favorecer os capitalistas e privatizar os Correios.

Os recentes escândalos envolvendo diretores dos Correios e o Ministério da Casa Civil, que levou à queda do diretor de operações da ECT, da filha do presidente dos Correios e da então ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, revelaram que elementos tanto da direção da empresa como de dentro do governo têm claros interesses em criar uma nova empresa de transporte e de logística, transformando a ECT em uma sociedade anônima.

A ameaça da associação de franqueados não é um fato isolado, mas faz parte do plano geral para privatizar os serviços de correios brasileiros. Hoje, as cerca de 1.500 ACFs em todo o País, apenas fazem o serviço de postagem. A idéia dos empresários é passar a trabalhar na distribuição das correspondências. Caso isso ocorra, os empresários beneficiados pelas franquias continuarão lucrando à custa da infra-estrutura criada pelos Correios.

Convocamos todos os trabalhadores a exigir a transformação imediata das ACFs em agências da própria ECT e a incorporação dos trabalhadores dessas franqueadas. Pela contratação imediata de 30 mil novos funcionários concursados e lutar contra o Plano de Contingência, que é mais um ataque da direção da ECT contra os trabalhadores para preparar o caminho para a privatização.o comentário precedente não foi assinado por 189.13.68.127 (discussão • contrib.) RmSilva pode falar! 10h18min de 24 de outubro de 2010 (UTC)Responder