Agência Brasil

18 de janeiro de 2011

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A presidenta Dilma Rousseff reiterou hoje (18), em nota, que o caso da viúva iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte por enforcamento, deve ser discutido como assunto de defesa da preservação de direitos humanos. A manifestação foi uma resposta à carta que a presidenta recebeu da deputada iraniana Zohreh Elahian. Ontem (17) circularam informações de que a deputada dizia na carta que a pena de enforcamento foi suspensa.

“[Mantenho] a disposição de continuar conferindo à questão dos direitos humanos um lugar central em nossa política externa, sem seletividade e tratamento discriminatório”, diz a Dilma Rousseff na nota divulgada pela Presidência da República no começo da tarde. Nela, não há detalhes do conteúdo da correspondência, nem é mencionado o caso da viúva.

Sakineh é acusada pelas autoridades iranianas de infidelidade e cumplicidade no assassinato do marido. Ela e a família negam as acusações. Divulgada por agências internacionais, a carta da deputada Zohreh Elahian informa que a pena de morte para a viúva foi revertida em dez anos de prisão.

No entanto, o responsável jurídico do Irã pelo processo de execução de Sakineh negou a suspensão da pena. O chefe do Departamento de Justiça do Azerbaijão Oriental Hojjatoleslam, Malek Ajdar Sharifi, disse que o processo de Sakineh ainda aguarda julgamento e decisão final. A autoridade negou alterações na ação.

Na nota, Dilma elogiou a disposição de Elahian, que preside a Comissão de Direitos Humanos do Parlamento iraniano. Segundo a comunicação da Presidência da República, Elahian defende um intercâmbio de opiniões por meio dos canais adequados. “Um diálogo entre a comissão de Direitos Humanos do Congresso brasileiro [e o órgão correspondente do Irã] poderá ser de grande utilidade nesse sentido”, diz o texto.

Ontem (17) o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Presidência da República confirmaram a existência da correspondência. Porém, informaram que o texto – enviado em inglês – seria traduzido e depois entregue a Dilma. O assunto foi tema hoje de reunião da presidenta com o assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

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