Agência Brasil

Rússia • 10 de julho de 2015

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Em entrevista quinta-feira (9), durante viagem a Ufá (ou Ufa), na Rússia a um canal de TV russo, onde participou da sétima cúpula do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Rousseff reafirmou que concluirá seu segundo mandado.

Sobre a queda de índice de popularidade, que caíram de 12% para 9%, e a dificuldade que teve para vencer as eleições de 2014, Dilma respondeu que vai “acabar essa legislatura” e que decorre de uma situação econômica “bastante adversa”, mas disse ter certeza de que o cenário vai melhorar. Segundo a presidenta, é preciso trabalhar “ainda mais” para que o Brasil “saia mais rápido” da crise:

Em qualquer país do mundo, você tem quedas de popularidade. A minha decorre de uma situação econômica bastante adversa. Tenho certeza de que isso vai melhorar. O que importa é, sem sombra de dúvida, que estamos trabalhando duro para tirar o Brasil dessa situação de crise. E isso é o que nós vamos ter como nosso foco principal.

Dilma Rousseff

Na terça-feira (7), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dilma Rousseff afirmou que não teme possíveis pedidos de impeachment feitos por partidos de oposição e descartou qualquer possibilidade de renúncia.

Na entrevista, Dilma disse não acreditar que haja no Brasil uma ação da direita orquestrada pelos Estados Unidos para praticar “golpes brancos”. “Acho essa uma teoria conspiratória. Não é preciso nenhum país para que alguns segmentos de alguns países sejam golpistas. Eles são golpistas por si mesmos. Não tem nenhum país no mundo interferindo na situação interna do Brasil.”

Em relação à situação econômica, a presidenta explicou que não há bolha no Brasil e que o sistema bancário é “absolutamente robusto”. “Nós somos um país sólido, do ponto de vista macroeconômico. Não há razão para que o Brasil não volte a crescer”, concluiu.

Rússia

A presidenta disse não acreditar em soluções políticas baseadas em sanção e negou ter recebido qualquer pressão para que o Brasil, a exemplo da União Europeia, aplique sanções econômicas à Rússia por sua participação no conflito separatista da Ucrânia. Ela afirmou que geralmente as sanções acabam punindo não só os governos, mas também a população dos países, o que considerou “inconcebível”:

Nunca recebemos nenhuma pressão. Nós, no Brasil, somos contra qualquer política baseada em sanção. Temos uma experiência muito negativa na América Latina, que foi a sanção à Cuba, que agora se restabeleceram as relações. Portanto, temos um claro posicionamento em todos os fóruns internacionais contra esse tipo de sanção.

Dilma Rousseff

Dilma informou que conversou sobre o assunto nos encontros do bloco e assegurou que a Rússia está respaldada pelo Brasil contra a sanção. “Não só não somos a favor, como não praticamos. Para citar nosso caso mais próximo, Cuba estava sob sanção há mais de 50 anos. Nunca respeitamos esse tipo de sanção.”

Citando os investimentos que o governo brasileiro fez no porto cubano de Marial, a presidenta explicou que não é contra as sanções apenas verbalmente, mas coloca em prática esse modo de visão. Segundo ela, as economias da Rússia, China e Brasil estão passando por situações passageiras e os aportes brasileiros aos Brics não serão afetados pela crise.

Fontes