20 de setembro de 2024

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Dando sequência à divulgação dos relatórios trimestrais da PNAD Contínua do IBGE, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) lançou os dados de abril a junho a partir do recorte de várias faces das desigualdades no Brasil: de gênero, de raça e de região. O que chamou a atenção foi a queda do desemprego e da desigualdade (Índice de Gini) e o aumento da renda habitual. O Made começou a publicar esse relatório no segundo trimestre de 2023 e vem acompanhando os índices desde então.

Eslen Brito, graduanda e pesquisadora do núcleo Made, afirma: “O que percebemos ao longo deste ano foi uma melhora geral na economia. Uma melhora geral de empregabilidade, de taxa de participação da população, de aumento geral da renda da população”. O País, agora, ainda atingiu a menor taxa de desemprego desde 2014 (6,9%).

“Nós temos aí uma melhora que não víamos há algum tempo, especialmente por causa da covid-19. Nós tivemos momentos muito difíceis de recessão na economia, de muitos desempregos”, diz ela. A tendência do Brasil, então, é de recuperação: “Temos uma expectativa de que, com mais gente trabalhando, a gente consiga também manter um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e que isso gere efeitos positivos para a renda do País, para investimentos públicos”. Aliado a políticas de redução de desigualdade, como a tributação progressiva, que ela mesma menciona, o efeito pode ser potencializado.

Desigualdade recua no Brasil

O índice de Gini, que reflete a desigualdade salarial, teve um decréscimo positivo também. A graduanda explica como ele funciona: “Se apenas um indivíduo do país recebesse toda a renda do país, o índice de Gini seria igual a um. Mas se a igualdade fosse perfeita, o índice de Gini seria igual a zero. Essas mudanças no índice de Gini refletem justamente as variações nessa desigualdade e tendência de igualdade na distribuição da renda pelos grupos populacionais do País”.

O índice também pode ser visto em recortes específicos como raça, gênero e região e o que foi observado foi “uma redução para todos os recortes”. Apesar disso, o índice passa por constantes oscilações. Se comparado ao início deste ano, ele teve uma melhora significativa, mas uma sutil piora em relação ao mesmo trimestre em 2023. Ainda assim, como tendência geral dos últimos anos, os níveis de desigualdade diminuíram.

Como complemento, Eslen Brito também faz uma ressalva, deixando claro que melhorar não é sinônimo de “estar bom”: “É importante a gente pensar também que, embora a gente esteja na menor taxa de desemprego em dez anos, a informalidade segue alta, especialmente entre a população negra. Então, com isso, conseguimos perceber que algumas desigualdades ainda persistem e que é importante nos mantermos de olho nesses dados”.

Fontes

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