Mundo • 27 de maio de 2014

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que o desemprego crescerá este ano em 3,2 milhões de pessoas, fazendo com que o número acumulado de pessoas sem trabalho no mundo fique em torno de 203 milhões, segundo cálculos divulgados nesta segunda-feira (26). Entretanto, haverá um aumento do desemprego inferior ao de anos anteriores. Além disso, o percentual de pessoas desempregadas se manterá estável, em torno de 6% da população economicamente ativa, até 2017.

Durante os próximos cinco anos, 90% dos empregos serão criados em países emergentes e em desenvolvimento, ou 40 milhões de empregos por ano, o que terá um impacto significativo sobre os fluxos migratórios. O relatório prevê que haverá um aumento no fluxo de imigração no eixo Sul-Sul, mas também será mais acentuada a incipiente tendência de mais emigrantes de países ricos em nações em desenvolvimento com economias em ebulição.

Entre 1980 e 2011, a renda per capita nos países em desenvolvimento aumentou 3,3% ao ano, em média, um número muito superior ao aumento médio de 1,8% registrado nas economias desenvolvidas. Os países que mais progressos alcançaram são os que investem em "empregos de qualidade", segunda a entidade, destacando que "as nações que tiveram sucesso especial em reduzir o efeito do emprego vulnerável no início da década de 2000 registraram um notável crescimento econômico após 2007".

Existe uma correlação entre os trabalhadores e a renda nacional: nos países em que o número de trabalhadores pobres diminuiu mais fortemente desde o início da década de 2000, a renda por habitante aumentou 3,5% em média entre 2007 e 2012. No caso das nações em que, desde o princípio da década de 2000, a redução de trabalhadores pobres foi menor, a renda per capita aumentou apenas 2,4%.

Mesmo assim, mais da metade dos trabalhadores do mundo em desenvolvimento, cerca de 1,5 bilhão de pessoas, se encontram em situação trabalhista vulnerável. A OIT calcula que cerca de 839 milhões de trabalhadores nos países em desenvolvimento ganham menos de US$ 2 por dia. É preciso "fortalecer as instituições do mercado de trabalho, ao invés de ignorar as normas aplicáveis, e se deve utilizar a proteção social para promover o emprego de qualidade e o desenvolvimento, não unicamente como rede de segurança para a população mais desfavorecida". Além disso, deve-se garantir uma "evolução equilibrada da renda para evitar os prejuízos que acarretam as desigualdades", concluiu a entidade em seu relatório.

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