Brasil • 21 de dezembro de 2005

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A Câmara dos Deputados do estado brasileiro do Ceará não aceitou o pedido de cassação do mandato do deputado estadual José Nobre Guimarães do Partido dos Trabalhadores (PT). Na votação de ontem (20/12), que foi secreta, os deputados votaram da seguinte forma: 23 votos contra a cassação, 16 a favor, seis votos nulos e um voto em branco. Para Guimarães ser cassado eram necessários 24 votos a favor da cassação.

Guimarães foi acusado pelo Conselho de Ética da Câmara de usar recursos financeiros não declarados. O deputado ficou conhecido no Brasil depois que seu assessor Adalberto Vieira foi preso em julho em São Paulo com U$ 100 mil escondidos na cueca e mais R$ 440 mil numa mala.

Na época, o incidente prejudicou a imagem do então Presidente do PT, José Genoíno (irmão de Nobre Guimarães) que renunciou.

O nome de José Nobre Guimarães apareceu na lista de beneficiados do empresário Marcos Valério (acusado de ser operador do mensalão) entregue à Polícia Federal e à CPI dos Correios. O próprio deputado disse que recebeu R$250 mil, não declarados, do então tesoureiro Delúbio Soares para pagar dívidas da campanha para o Governo do estado em 2002. Em sua defesa, Guimarães argumentou que foi apenas um intermediário da entrega do dinheiro e que não utilizou a quantia em sua campanha: "Eu não cometi crime eleitoral. Só fui interlocutor de uma decisão conjunta para que a diretoria nacional do partido pagasse as dívidas da campanha. Tenho a minha consciência limpa."

Depois da votação, o deputado José Nobre Guimarães saiu do recinto carregado pelos correligionários de seu partido.

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Fontes