Brasil • 2 de dezembro de 2005
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados do Brasil ouviu na quinta-feira (1) o deputado João Magno (PT-MG). O nome do deputado é citado como beneficiário de saques nas contas do empresário Marcos Valério, suspeito de ser operador do mensalão.
Documentos encaminhados pelos bancos do Brasil e Rural para a CPI dos Correios mostram que Magno recebeu cinco pagamentos da empresa SMPB (de Marcos Valério) que totalizam juntos R$ 126.915,00. Os saques referentes aos pagamentos teriam sido feitos por assessores, parentes e pelo próprio deputado.
João Magno aparece também numa outra lista fornecida por Marcos Valério, onde consta que ele recebeu R$ 350 mil.
O deputado explicou que o dinheiro são "recursos não contabilizados" involuntariamente usados nas campanhas eleitorais. Ele disse que desconhece a origem dos recursos e que eles foram repassados pelo então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares.
O deputado disse ao Conselho que recebeu apenas R$ 426 mil de Marcos Valério e que o dinheiro foi usado para saldar as dívidas das campanhas. Segundo João Magno, R$ 126 mil foram usados para pagar a sua campanha a deputado federal e R$ 300 mil para pagar a campanha à Prefeitura de Ipatinga.
João Magno apresentou algumas das notas fiscais supostamente referentes às despesas pagas com o dinheiro que recebeu. Algumas delas não continham a data de quitação da dívida, porém o deputado alegou que a data estaria no corpo do documento. O relator do Conselho de Ética, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) disse que vai analisar esses documentos.
Fontes
- Edvaldo Fernandes (reportagem), Pierre Triboli (edição). Magno diz que recibos são a prova que não houve caixa dois — Agência Câmara (Brasil), 1 de dezembro de 2005
- Edvaldo Fernandes (reportagem), Pierre Triboli (edição). Conselho de Ética ouve deputado João Magno — Agência Câmara (Brasil), 1 de dezembro de 2005
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