Agência Brasil

Brasília, Distrito Federal, Brasil • 10 de maio de 2009

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As declarações do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (Sem Partido-MG), antecipando que pode inocentar o parlamentar em seu parecer e “que está se lixando para a opinião pública”, constrangeu os demais integrantes do Conselho de Ética, a direção da Câmara e também os deputados.

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), disse que as declarações do deputado Sérgio Moraes foram infelizes e não representam a opinião do Congresso Nacional.“O deputado Sérgio Moraes não foi feliz na sua fala e não é o que pensa o Congresso. Não quero me manifestar sobre a opinião dele, mas o que posso registrar é a infelicidade da sua manifestação, na medida em que chama para esse tema negativo, quando estamos numa pauta positiva”.

Para encontrar uma solução para o impasse gerado pelas declarações do relator Sérgio Moraes e definir o futuro do relator no Conselho de Ética, o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), informou que vai reunir os conselheiros na terça-feira (12), às 18h, para tratar da questão e buscar uma saída para o impasse.

“A situação do relator está muito ruim no conselho. Tenho recebido várias manifestações dos conselheiros e de deputados, que não integram o colegiado, protestando contra as declarações do deputado Sérgio Moraes e sua permanência no Conselho de Ética”, disse José Carlos Araújo.

Segundo o presidente do conselho, que disse concordar em grau, gênero e número com a manifestação do presidente da Câmara, a reunião do Conselho de Ética será para uma “avaliação da situação perante a opinião pública, que eu preso muito, a opinião dos conselheiros e da Câmara dos Deputados”. Araújo disse que a presença de Moraes na reunião deve trazer constrangimento para os outros conselheiros, “mas eu não posso impedir que ele compareça”.

A deputada Solange Amaral (DEM-RJ), única mulher que participa do Conselho de Ética, disse que já conversou com o presidente do colegiado e acredita que seria possível substituir o relator no processo. “O relator está pré-inocentando e a missão do conselho é apurar as denúncias e investigar se houve ou não quebra de decoro. O relator não pode sair na primeira reunião e inocentar. A Corregedoria da Câmara mandou um relatório consistente ao conselho, que precisa ser examinado, e votado”.

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