Agência VOA

Uma história na primeira pessoa de uma moçambicana.

14 de novembro de 2014

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Maputo acolheu esta semana uma seminário sobre violações de meninas, tráfico humano, casamentos prematuros e gravidez precoce, práticas culturais e tradicionais nocivas à saúde. As organizações da sociedade civil dizem que as meninas vivem momentos dramáticos, em Moçambique. A VOA falou com uma das vítimas.

É natural de Inhambane, e reside naquela cidade do sul de Moçambique. Tem sete irmãos e vive com os pais. O pai é funcionário público e a mãe comerciante informal.

Ela não estuda. Já fez a décima segunda classe. Tem hoje 19 anos, mas tinha 14 quando uma tragédia se abateu sobre a sua vida, ou seja foi estuprada por um professor.

A violação sexual aconteceu em 2009, mas só agora a jovem decidiu quebrar o silêncio. Ela diz que nunca contou a ninguém e que, quando o professor a estuprou, ela decidiu sair de Inhambane e pediu aos pais para viajar para Maputo.

A nossa entrevistada foi para a casa de uma tia, irmã do seu pai. Só que, também lá, foi assediada. Só que, dessa vez, pelo seu próprio tio, marido da irmã do pai.

Assustada, a rapariga saiu da casa dos tios e voltou para Inhambane.

Ela diz que sofreu calada e nunca ninguém soube do assédio que sofreu, mas todos esses problemas fizeram com que decidisse ser activista e trabalhar como voluntária numa organização que luta pela defesa dos direitos e interesses da rapariga.

A organização fez com que decidisse que, o melhor para ela, neste momento, é estudar direito e agora quer ingressar numa universidade e ser jurista.

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