Brasil • 4 de fevereiro de 2019
Rodrigo Maia se tornou presidente da Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre presidente do Senado. Com isso, o Democratas assume ambas as casas. Na Câmara, o partido tem a nona maior bancada, com 29 parlamentares (atrás de PT, PSL, PP, PSD, MDB, PR, PSB e PRB), e no Senado possui seis (atrás de MDB, PSD e PSDB).
O resultado foi benéfico para o Palácio do Planalto pois ambos políticos possuem visões compatíveis com a do governo, afirma o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Segundo Queiroz, a reeleição de Maia deu-se devida a ausência de um nome competitivo do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Já no Senado, informa o analista, houve recusa ao nome de Renan Calheiros (MDB-AL), que acabou desistindo. Além disso, o PSL tem uma bancada pequena, com falta de pessoas experientes.
“O comprometimento do [Davi] Alcolumbre com a agenda do Executivo era total, tanto que ele era o candidato do ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni”, afirmou Queiroz.
Para o diretor do Diap, o DEM ganha poder e deve administá-lo “com muita parcimônia. Porque, se exagerar querendo trazer para a legenda parlamentares de outros partidos em função desse poder, pode criar um nível de conflito na base do governo que pode desagregar essa base. Deve exercer o poder com muita negociação e muito diálogo”.
Segundo o analista político, Maia e Alcolumbre têm a vantagem de poder dar continuidade a uma pauta remanescente da legislatura anterior em condições de ser votada que coincide com a agenda do atual governo. “Na minha avaliação, eles não terão maiores dificuldades porque muitas matérias já estão em curso”, disse Queiroz. “As reformas da Previdência e tributária e projetos que tratam da privatização da Eletrobras e da cessão onerosa do pré-sal estão adiantados.”
O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que Rodrigo Maia tem que conversar “com todos os líderes partidários para debater a pauta de votação e trabalha como interlocutor entre as partes. Nenhuma pauta avança no Legislativo sem conversa e diálogo”.
O líder do Democratas no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), afirmou que “estamos muito felizes de ter contribuído para essa empreitada, acreditamos muita na capacidade do Davi de diálogo, de aglutinar e de defender os interesses republicanos do país através do Senado Federal”.
Fonte
- ((pt)) Ana Cristina Campos. DEM assume o comando da Câmara e do Senado — Agência Brasil, 4 de fevereiro de 2019
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