24 de outubro de 2018

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Cuba, a líder mundial de longa data na produção de açúcar, está agora importando pela primeira vez, e em grandes quantidades, da França após outra safra ruim.

A exportação de açucar era a maior das exportações de Cuba. Mas com o fim da União Soviética - um cliente importante e faminto - mudou tudo, assim como a falta de investimento em sementes, fertilizantes e pesticidas.

No início dos anos 90, Cuba produzia cerca de oito milhões de toneladas de açúcar por ano. Naquela época, o açúcar representava quase 75% das exportações cubanas. Uma década depois, havia caído para menos de dois milhões por ano e, em 2015, representava apenas 13% das exportações, e outros produtos, como o níquel e o tabaco, constituíam uma parte da diferença.

A agência francesa de agricultura e exportação de frutos do mar FranceAgriMer disse que, de 2001 a 2017, Cuba havia importado apenas três toneladas de açúcar da França. Mas em apenas três meses de verão este ano - junho, julho e agosto - esse número aumentou para 40.000 toneladas.

"Esta é a primeira vez na história que Cuba está importando quantidades significativas de açúcar da França", disse a FranceAgriMer.

Cuba importa a maior parte dos alimentos que consome. Anualmente, importa 400.000 toneladas de trigo.

Esses novos números são humilhantes para Cuba, dado seu passado como o maior produtor mundial de açúcar e um dos maiores exportadores. Até 1960, os EUA eram um dos seus principais clientes.

O país carece de recursos e moeda forte, mas também há fatores estruturais e logísticos em jogo, disse o economista cubano Omar Everleny Perez.

"A Era de Ouro acabou porque a capacidade de produção não é o que era. Costumava haver 150 fábricas em Cuba para o processamento de cana-de-açúcar. Agora existem apenas cerca de 50", disse Perez.

Cuba deve entregar mais de 15 para investidores estrangeiros que demonstraram interesse, acrescentou.

Um novo projeto de constituição nacional que será votado em fevereiro deve facilitar as coisas, pois reconhece que o investimento estrangeiro é importante para o desenvolvimento de Cuba.

Caso contrário, disse Perez, Cuba corre o risco de ficar sem açúcar nos próximos anos.

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