12 de maio de 2018

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A crise na Argentina pode levar à redução das exportações brasileiras de carros e peças para o país vizinho. A participação da Argentina nas exportações brasileiras é de cerca de 8% e a maior parte é do setor de veículos. Nos quatro promeiros meses deste ano, as exportações totalizaram US$ 74,299 bilhões. Desse total, US$ 6,060 bilhões são para a Argentina.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que 76% das exportações do setor vão para a Argentina, seguido do México (7%), Chile (5%), Uruguai (4%), Colômbia 3% e Peru (2%).

A Argentina decidiu recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para equilibrar a situação financeira do país. A decisão foi adotada depois do aumento do dólar.

O ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral mencionou que a Argentina é o principal importador de produtos manufaturados no Brasil. “Os principais produtos são automóveis e peças de carro. Evidentemente, uma crise na Argentina afeta esses setores”, disse. Para Barral, se a Argentina conseguir o empréstimo no FMI, o nível de especulação cambial diminuirá, o que fará com que o país não diminua muito as importações. Barral disse também que o efeito da crise argentina no Brasil deve ficar restrito a esse segmento, sem contagiar toda a economia brasileira. “O Brasil tem reservas internacionais altas, inflação relativamente sob controle. Então, o Brasil não está na mesma situação da Argentina. Mas em termos de exportações, sim. O Brasil pode ser afetado pela queda das exportações”.

No último dia 8, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, mencionou que não há possibilidade de "contágio" da crise argentina no Brasil. “Nós temos uma situação externa extremamente confortável, um déficit em conta-corrente pequeno, que é financiado por investimentos diretos estrangeiros. Temos reservas extremamente elevadas, de US$ 383 bilhões. Não vejo nenhum impacto. A situação [do Brasil] é completamente diferente da Argentina".

Fontes