Nota: Atualizado em 24 de fevereiro de 2007 por Rjclaudio. Os bandidos (crimes, pena máxima, prazo para o julgamento) + Exame do IFP não encontrou as Digitais no Carro + A investigação. Para maiores informações veja o histórico.

Rio de janeiro • 13 de fevereiro de 2007

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Crime bárbaro choca o Brasil. Após um assalto uma criança de seis anos foi arrastada fora de um carro, presa ao cinto de segurança, por quase sete quilômetros nas ruas do Rio de janeiro. A mãe e a irmã do menino não conseguiram soltar o menino e os ladrões arrancaram com o veículo.

João Hélio Fernandes, 6 anos, morreu após ter sido arrastado na rua, o qual estava dentro, durante 10 minutos pelas ruas do Rio de janeiro.

Os bandidos ao perceber que o menino estava preso ao carro, começaram a fazer manobras para tentar se livrar do corpo. Sangue e massa encefálica do menor ficaram espalhadas pelas ruas da cidade. Depois de 10 minutos, os criminosos abandonaram o carro numa rua de pouco movimento e fugiram. O corpo do menino continuava ainda preso ao carro, sem os joelhos, dedos das mãos e a cabeça.

Os bandidos

Os bandidos foram capturados pela polícia. A localização foi conseguida com o disque denúncia e inclusive com denúncia de um dos pais dos menores infratores.[1]

Os acusados têm prisão temporária decretada pela Justiça até 10 de março.

Os quatro maiores

Os quatro maiores de idade são : Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, Tiago Abreu Matos, de 19 anos e Carlos Roberto da Silva, de 21 anos.

O julgamento dos quatro deverá acontecer até maio deste ano, segundo o promotor da 1ª Vara Criminal de Madureira, José Luís Ferreira Marques, no dia 24/02.

Os acusados responderão por latrocínio (roubo seguido de morte), com pena de 20 a 30 anos, formação de quadrilha, de 2 a 6 anos, e corrupção de menores, de 1 a 4 anos, totalizando de 23 a 40 anos. Mas eles podem não responder pelo crime de corrupção de menores, pois o adolescente de 16 anos envolvido no assassinato teria cometido outros delitos.

Segundo inquérito, Carlos Lima assumiu a direção e Diego Nascimento ocupou o lugar do carona, e o menor sentou-se atrás.

Foi Diego quem ameaçou uma testemunha que emparelhou com o carro e ouviu o criminoso chamar o menino de "boneco de Judas". Os três teriam permanecido durante todo o trajeto no veículo.[2]

O menor de idade

No caso do adolescente de 16 anos que integrava o grupo, a pena, decidida pela Vara da Infância e da Juventuda, pode chegar no máximo a três anos.

O adolescente está provisoriamente no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador.

Segundo inquérito, o menor foi responsável por render, armado, a mãe de João.[3]

A investigação

O inquérito foi enviado ao Ministério Público no dia 23/02, sexta-feira, e contém cerca de 300 páginas.[4]

Exame do IFP não encontrou as Digitais no Carro

Não foram encontradas as digitais dos acusados no carro em que estava o menino, segundo o laudo do Instituto de Identificação Félix Pacheco (IFP) (IFP).

"Já esperávamos o resultado negativo. Temos provas testemunhais e exames complementares indicando que havia visibilidade para reconhecer os acusados", informa o delegado Hércules Pires do Nascimento, titular da 30.ª DP e responsável pela investigação

De acordo com a polícia, o volante e o câmbio do Corsa são feitos de um plástico poroso que dificulta a identificação de digitais. "Havia fragmentos de digitais, mas não suficientes para comparação", informou um inspetor. Em relação à parte externa, a polícia alega que choveu antes de o carro ser examinado pelo IFP. A direção do IFP informou ontem que o setor de perícia dispõe de apenas uma máquina para realizar o trabalho, por isso a demora.

Sabiam que o menino estava preso

A perícia mostrou, pelo movimento do carro, que os criminosos tentaram se livrar do corpo do menino, dirigindo bem perto de postes. Agora, o caso será analisado pelo Ministério Público.

A principal conclusão do inquérito é que os cinco acusados sabiam que o menino estava preso ao cinto e sendo arrastado por sete quilômetros.

Audiências

A segunda audiência do menor será dia 6 de março.

Outros crimes e inquéritos paralelos

Segundo a polícia, pelo menos três dos cinco acusados foram identificados como responsáveis por roubos de carros.

Em um inquérito paralelo, policiais da 30ª DP investigam se a quadrilha atuava para um receptador que age no subúrbio do Rio. A polícia espera recolher provas nos próximos dias para identificar um homem apontado como o líder do grupo.

Os carros roubados eram freqüentemente abandonados na Rua Cairi, em Cascadura, na zona norte da cidade. O local é o mesmo onde foi deixado o Corsa com o corpo de João Hélio, no último dia 7.

"Se eles roubam carros é porque têm contatos para desmanche. Tem sempre alguém acima intermediando esses roubos, que geralmente são encomendados", disse um investigador. Na aérea da 30ª DP são roubados, em média, quatro carros por dia.

Conseqüências do acidente

Várias manisfestações de repúdio foram feitas em todo o país. Os pais do garoto pretendem ir a Brasília falar com o presidente do Senado, Renan Calheiros, pedindo mais dedicação daquela casa parlamentar.[5]

Programas de televisão falaram em mobilização nacional, e até de ir para as ruas pedir mudanças pela morte do inocente menino.

O menino João fez com que projetos de segurança no Congresso Nacional tivessem suas votações antecipadas. Mas o clima de horror e mudança permaneceu por todo país, o qual programas de televisão falam em mobilização nacional, e até de ir para as ruas pedir mudanças pela morte do inocente menino.

Uma praça pública, próxima ao local do crime receberá o nome da vítima João Hélio Fernandes.[6]

Cronologia

7 de fevereiro

João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi arrastado por sete quilômetros preso ao cinto de segurança do carro de sua mãe, que havia sido roubado, na zona norte do Rio de janeiro.

8 de fevereiro

Diego Nascimento da Silva confessa ter dirigido o carro roubado, mas disse que não percebeu que o menino estava preso ao cinto.

13 de fevereiro

Os acusados chegam à delegacia para acareação com o delegado que investiga o caso. Ele queria ouvir os acusados para saber que participação cada um teve no crime.

14 de fevereiro

Câmara aprovou o aumento do tempo mínimo necessário para os condenados por crimes hediondos terem direito ao benefício de progressão de pena e liberdade provisório, passando de 1/6 para 1/3.

15 de fevereiro

A Polícia Civil do Rio realizou uma simulação do crime para reforçar o depoimento de duas testemunhas-chave que foi essencial para identificar o assaltante que dirigia o veículo.

15 de fevereiro

Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que agrava pena dos criminosos maiores de idade que usarem menores nas ações criminosas.

16 de fevereiro

Mãe do menino dá depoimento na polícia e diz que o som produzido no vidro do carro era feito por armas de metal que foram apontadas contra às vítimas, ao contrário da versão dos criminosos, que alegaram usar arma de brinquedo.

28 de fevereiro

O governo adia para o dia 28 a votação sobre redução da maioridade penal para 16 anos, nos casos de crimes hediondos.

No mesmo dia será examinada a emenda que propõe a criação de uma lei que, excepcionalmente, poderá desconsiderar o limite de punição penal.

Fontes