Porto Alegre, Brasil • 28 de outubro de 2005

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Estudantes da região metropolitana de Porto Alegre fizeram ontem pela manhã uma performance no armazém A3 do Cais do Porto da capital gaúcha. O armazém é um dos espaços da 5ª Bienal do Mercosul. Junto à obra Ilusión, da boliviana Raquel Schwartz, um grupo de 40 alunos de 5ª a 7ª série da Escola Municipal Arthur Pereira de Vargas, de Canoas, encenaram e cantaram o poema "Rosa de Hiroshima", de Vinícius de Moraes.

Após uma contagem regressiva de 27 segundos – uma referência ao tempo que a bomba atômica levou para detonar – as meninas, que vestiam rosa, cantaram com bonecas no colo. Os meninos, que vestiam preto, completavam a cena imóveis, como se o tempo tivesse parado.

A professora de artes Marília Fernandes, que teve a idéia da intervenção e orientou os alunos, conta que a escola já havia visitado a obra Ilusión. Também conhecida como a "casa rosa", esta é uma das instalações mais procuradas pelo público. A obra é uma reprodução de uma casa, dentro do armazém A3, toda coberta de pelúcia cor-de-rosa, inclusive móveis, telefone e geladeira.

Associando ilusão, dominação e o poderio americano, a educadora pretendeu estabelecer um elo entre o conhecido poema e a instalação da artista boliviana. “Sentimos que era importante fazer alguma coisa para abordar as questões que esta obra nos desperta, como o machismo na sociedade boliviana. Assim, pensamos em relacionar este tipo de poder com o que foi exercido pelos americanos com a bomba atômica”, explica Marília.

Apesar do pouco público presente, a performance chamou a atenção, principalmente das outras escolas que visitavam o espaço da megamostra de arte contemporânea.

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