26 de junho de 2021
A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da microrregião de Rosário, localizada no Norte do Maranhão. A região é formada, ainda, pelos municípios de Santa Rita, Icatu, Morros, Bacabeira, Presidente Juscelino, Axixá e Cachoeira Grande, que juntos concentram cerca de 15 mil pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
Na cidade de Santa Rita, mais de 5 mil quilombolas já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, de acordo com o Ministério da Saúde. O município contém a maior população quilombola da microrregião, com um total de 7.759 habitantes pertencentes a esse grupo.
Entre os imunizados está Maria Antônia Teixeira, conhecida na região como Antônia Cariongo. Aos 41 anos, a lavradora é representante do quilombo Cariongo e coordenadora do Comitê de Defesa dos Direitos dos Povos Quilombolas de Santa Rita e Região.
Para ela, toda a população quilombola precisa tomar a vacina. Como se trata de um meio para evitar a propagação da doença, ela incentiva a prática por parte de todos os moradores. “Conhecemos a realidade do nosso povo e temos em mente que a única forma de voltarmos a ter uma vida social, de buscarmos um emprego fora do nosso território é com a vacina. Eu me vacinei, minha família inteira se vacinou”, relata.
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Saúde do Maranhão para apurar o balanço da imunização da população quilombola do estado, além de saber qual a meta do governo local para esse propósito, mas até o fechamento desta matéria não recebemos nenhum retorno.
A informação mais atualizada disponível no site da Secretaria de Saúde do estado aponta que, até o dia 24 de junho, 105.687 pessoas desse grupo prioritário já tinham recebido a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus na Unidade da Federação e 23.960 receberam a dose 2.
Fontes
- Covid-19: vacinação de grupos quilombolas avança no Maranhão — Brasil 61, 26 de junho de 2021
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