20 de outubro de 2020

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Após anunciar em seu Twitter ontem à noite que "a comprovação científica da eficácia da nitazoxanida na redução da carga viral para tratamento precoce da Covid-19 é uma notícia de relevância enorme para salvar vidas. Obviamente, a informação é baseada nos números, cálculos estatísticos, etc., já de posse dos pesquisadores", o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Marcos Pontes se envolveu numa polêmica quando escreveu, posteriormente, que "o gráfico da apresentação de hoje era meramente ilustrativo".

O gráfico usado no vídeo havia sido adquirido de um banco de imagens da Internet e, segundo a CNN Brasil, custa cerca de 650 reais.

O medicamento e a falta de dados

Não é a primeira vez que o Governo Bolsonaro promove a nitazoxanida, um remédio usado para combater vermes, como tratamento para Covid-19. No entanto, até agora não há nenhum estudo, afora o do Brasil, que diga que o medicamento é eficaz para tratar Covid.

Segundo a Agência Brasil, do governo brasileiro, os testes foram feitos com mais de 1,5 mil voluntários em sete hospitais do país. Os pacientes testados tinham até três dias de sintomas e tomaram 500mg de nitazoxanida três vezes ao dia durante cinco dias. Outro grupo tomou placebo, para fins de comparação.

A coordenadora do estudo clínico, Patrícia Rocco, titular e chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que se constatou "que a nitazoxanida, em comparação com o placebo, acarretou, ao final da terapia, redução significativa da carga viral e um maior número de pacientes com resultado negativo para o Sars-Cov-2".

No entanto, apesar das declarações de Pontes e Rocco, nenhum relatório com dados e números foi apresentado até agora.

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Fontes