Covid-19: no Brasil, imbróglio da União Química com a vacina russa Sputnik V continua
3 de março de 2021
A Anvisa emitiu um comunicado em seu website ontem, dia 02, esclarecendo que não há nenhum pedido de uso emergencial ou de registro em análise na Agência em relação à vacina Sputnik V.
Segundo a Agência, a União Química, que é a parceira do laboratório russo Gamaleya no Brasil para a produção do imunizante, não enviou novos documentos sobre a vacina para serem analisados.
"A União Química pediu autorização para realizar estudos clínicos fase 3 no início de janeiro deste ano. Entretanto, faltavam informações essenciais do protocolo clínico e demais dados. (...) Em 15 de janeiro, a empresa solicitou autorização de uso emergencial para a vacina Sputnik V, mas esse pedido foi devolvido em seguida devido à necessidade de complementação de dados. (...) Em 19 de fevereiro de 2021, um representante da empresa enviou e-mail para a área de pesquisa clínica da Anvisa informando que os dados estavam sendo providenciados e que estariam discutindo com os pesquisadores no Brasil", explicou a Anvisa.
Onde estão os dados da Sputnik?
Aprovada pelo governo russo antes mesmo do início dos testes de fase 3 apenas para ser “a primeira registrada no mundo”, a Sputnik V já mereceu diversas críticas, inclusive da OMS. Logo após a aprovação para o uso na Rússia, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde Tarik Jasarevic disse que "a pré-qualificação de qualquer vacina inclui a revisão e avaliação rigorosa de todos os dados de segurança e eficácia exigidos. Não se pode usar uma vacina ou medicamentos sem passar por todas essas etapas, tendo cumprido todas essas etapas".
Na Argentina, onde o uso emergencial começou no dia 29 de dezembro passado, a farmacêutica argentina Sandra Pitta, do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), chegou a dizer: "não me vacinaria jamais porque não tenho informação. Tudo o que gira em torno da Sputnik V é muito pouco transparente. Não há dados. A biografia é escassa".
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Fonte
- Atualização da situação da vacina Sputnik V na Anvisa, Anvisa, 02 de março de 2021.
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