Reuters
7 de fevereiro de 2020
Segundo novos estudos feitos por cientistas chineses, o pangolim, único mamífero escamoso do mundo, pode ter sido o responsável pela contaminação de humanos com o coronavírus 2019-n-Cov, e tudo porque ele é apreciado como alimento e medicamento. A transmissão pode ter se dado do morcego para o pangolim e deste para o homem.
O estudo foi conduzido na Universidade Agrícola do Sul da China, que informou: “esta última descoberta será de grande importância para a prevenção e o controle da origem do vírus". A pesquisa também indicou que a sequência do genoma do novo coronavírus separada dos pangolins no estudo foi 99% idêntica à das pessoas infectada, fazendo deste mamífero o "hospedeiro mais provável".
No entanto, outros cientistas veem o resultado da pesquisa com cautela. Dirk Pfeiffer, professor de veterinária da Universidade da Cidade de Hong Kong, por exemplo, alertou que o estudo ainda está longe de provar que os pangolins transmitiram o vírus. “Você só pode tirar conclusões mais definitivas se comparar a prevalência (do coronavírus) entre espécies diferentes com base em amostras representativas, o que essas quase certamente não são”, disse ele.
A epidemia na China hoje
Na China, o vírus, que pode provocar pneumonia grave, já matou quase 700 pessoas, enquanto que cerca de 30 mil estão infectadas. Cerca de 1.500 foram curadas.
Ao mesmo tempo que os número de vítimas cresce diariamente, o governo do país tem sido acusado de esconder informações oficiais. Uma delas se refere à morte do médico Li Wenliang, oftalmologista que acionou o alarme, ontem. Primeiro, os sites do hospital e do governo haviam anunciado seu falecimento, o que provocou uma onda de comentários e críticas nas redes sociais. Em seguida, segundo analistas da política chinesa, o governo, para evitar mais comentários, voltou atrás no anúncio e disse que Li "estava em estado crítico na UTI". No entanto, sua morte acabou sendo confirmada pelo governo no final da tarde de ontem.
Li Wenliang, após alertar sobre uma possível síndrome como a Sars ou a Mers no final de dezembro, foi acusado oficialmente pelo governo chinês de espalhar "boatos falsos", tendo sido obrigado a assinar uma espécie de "admissão de culpa". Ele mesmo tornou o caso público em sua rede social no final de janeiro, após ser internado com sintomas de pneumonia.
O governo chinês admitiu dias atrás que sua resposta à epidemia inicialmente foi falha.
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Fonte
Cientistas da China identificam possível hospedeiro do coronavírus, Reuters, 07 de fevereiro de 2020.
China lamenta morte de médico que revelou coronavírus, Reuters, 07 de fevereiro de 2020.
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