Agência Brasil

Brasil • 25 de outubro de 2009

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A quatro anos da Copa do Mundo no Brasil e a seis das Olimpíadas do Rio de Janeiro, os investimentos internos e externos já começaram. Estudos preliminares, obtidos pela Agência Brasil, indicam que apenas a realização dos Jogos Olímpicos criará um impacto de R$ 90 bilhões somente na capital fluminense. Esses investimentos podem gerar a partir de 2016 cerca de 120 mil empregos diretos e indiretos por ano, número que pode chegar a 130 mil depois de 2017.

Alemães e ingleses foram os primeiros a manifestar interesse em participar dos preparativos para a Copa, enquanto empresários brasileiros das áreas de engenharia e serviços querem investir tanto em 2014 quanto 2016.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ainda não concluiu a análise numérica sobre expectativa de investimentos para a Copa do Mundo de 2014. Por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve disponibilizar linhas de crédito para obras em estádios e investimentos na rede hoteleira.

Representantes públicos reuniram-se com empresários para informar que as oportunidades de investimentos estão nos setores de arquitetura, locação de equipamentos – como tendas e veículos -, indústrias de segurança – equipamentos de detecção e identificação - , materiais de construção, de comunicação, obras de infraestrutura, eventos culturais, turismo e lazer.

De acordo com os especialistas, ainda é cedo para saber o valor absoluto do que será aplicado no país, tanto na Copa quanto na Olimpíada. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, disse que os efeitos dessas aplicações serão a curto, médio e longo prazos.

Segundo Ramalho, isso ocorrerá a partir do momento em que as aplicações trarão novas tecnologias e paralelamente farão com que o país seja um exportador de serviços – em decorrência da experiência adquirida com a execução dos dois eventos.

A expectativa adicional é que o país ganhará na exportação de serviços, engenharia e tecnologia de software já no primeiro momento. Fora isso serão executadas em parcerias dos governos federal, estaduais e municipais obras de infraestrutura e a chamada mobilidade urbana [obras de construção e expansão de vias nas cidades].

—Ramalho

Integrantes de vários segmentos do governo federal iniciaram reuniões com representantes dos governos estaduais e municipais para definir responsabilidades na realização tanto da Copa quanto da Olimpíada.

Obras para a Copa envolvem parcerias públicas e privadas, além do apoio do BNDES


O governo federal já definiu as tarefas de cada setor para a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. As obras nos portos e aeroportos serão de responsabilidade da União, enquanto os governos estaduais e municipais cuidarão da expansão de vias exclusivas para ônibus, além de estradas, viadutos e metrôs, assim como do projeto para veículo leve sobre trilhos (VLT) com apoio de R$ 5 bilhões de linhas crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os principais projetos estão localizados nas cidades-sede da Copa, mas o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, em entrevista à Agência Brasil, disse que o país inteiro será beneficiado com os investimentos. “Estive em Moçambique, que faz fronteira com a África do Sul [onde será realizada a Copa do Mundo de 2010], e lá há expectativas de se beneficiar com os jogos no país vizinho”, disse.

No Brasil os principais projetos envolvem a implantação do BRT (bus rapid transit), ampliação do metrô e obras no aeroporto em Belo Horizonte; expansão do metrô, implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) e melhoria da rede viária em Brasília; obras de infraestrutura e no metrô de Cuiabá.

Em Curitiba serão realizadas obras de infraestrutura e construído o metrô. A implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) e do metrô também estão entre as prioridades em Fortaleza. Em Manaus, a prioridade é ampliar o aeroporto e aperfeiçoar o sistema de infraestrutura da cidade.

A implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), obras no aeroporto e de infraestrutura são os principais projetos em Natal. Em Porto Alegre devem ser ampliadas a linha 2 do metrô, ampliação do aeroportos e de vias urbanas.

Em Recife, o objetivo é concluir as obras da Cidade da Copa, enquanto em São Paulo e Salvador a idéia é ampliar as linhas do metrô. No Rio, as obras também envolvem ampliações no metrô, além do Arco Metropolitano.

As obras nos estádios das cidades-sede envolvem investimentos públicos e privados - cujos valores variam de acordo com o local -, que vão de de R$ 138 milhões (da iniciativa privada) no Arena da Baixada, em Curitiba, até R$ 600 milhões no Estádio Nacional de Brasília (investimento público).

Rio deve aproveitar estrutura da Copa para Olimpíada de 2016

Para a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, o governo federal com apoio dos governos estadual e municipal, vai usar a estrutura e a organização montadas para a Copa do Mundo de 2014. A previsão inicial é de que a cidade receba cerca de R$ 23 bilhões de investimentos em infraestrutura, dos quais R$ 11,1 bilhões serão aplicados diretamente para a execução nos jogos.

Um dos principais projetos é o trem de alta velocidade, ligando o Rio a São Paulo e Campinas (no interior paulista), com conclusão prevista até 2015. O financiamento estimado é R$ 20 bilhões, mas as obras devem chegar a um total de R$ 34,6 bilhões.

O planejamento de projetos reúne a organização de um escritório de negócios no Rio com a contratação de uma equipe de apoio para articular oportunidades de investimentos. Serão construídos corredores para a ligação de linhas de ônibus expresso.

Outra proposta é a construir no píer na Praça Mauá – no centro da cidade – área de lazer e entretenimento com 30 mil metros quadrados, englobando quiosques, restaurantes, anfiteatro e espaço multiuso.

Também há projetos de reflorestamento e recuperação de áreas verdes associado ao programa de recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá. Nas escolas, será ampliado o ensino de inglês para os alunos da rede municipal.

Fontes