Brasil • 10 de dezembro de 2014
Representantes governamentais e especialistas de 26 países do continente americano estão reunidos em Brasília para discutir a violência contra crianças e adolescentes no 21º Congresso Pan-Americano da Criança e do Adolescente. O evento, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, começou hoje (10) e vai até sexta-feira (12).
Com o tema “Infância e adolescência: construindo ambientes de paz”, o congresso tem como objetivo promover o intercâmbio de experiências e fazer recomendações para o enfrentamento da violência contra jovens no continente. Entre os temas em debate estão a garantia dos direitos dos adolescentes em conflito com a lei, o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes e a celebração dos 25 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, informou que, ao final do congresso, será estabelecida uma resolução com metas para que os países se comprometam no enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. “É um congresso importante porque comemoramos os 25 anos da Carta da ONU em favor das crianças e dos adolescentes. Podemos fazer uma retrospectiva das políticas públicas implantadas no nosso continente, trocar experiências e estabelecer novas metas e estratégias para garantir os direitos das crianças e dos adolescentes. Há o crescimento da violência, com um número excessivo de homicídios entre a população jovem negra e de periferia”, disse a ministra.
A secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Goulart, disse que o continente ainda enfrenta uma dura realidade social. Ela citou dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), segundo os quais entre mais de 200 milhões de crianças da América Latina e do Caribe, 81 milhões vivem na pobreza e 32 milhões em situação de extrema pobreza. “O congresso vai tratar das piores formas de violência, entre elas, a exploração sexual. Segundo a OIT [Organização Internacional do Trabalho], 12,3 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado no mundo e 1,39 milhão são adolescentes”, informou Angélica.
Antes da abertura do congresso, ativistas de direitos humanos fizeram um ato contra o extermínio de jovens e lançaram a Campanha Nacional Viver sem Nada, Morrer por Nada. Segundo Denise Campos, coordenadora da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente, o ato tinha por objetivo chamar a atenção do alto índice de mortes de jovens no Brasil. “É preciso dar um basta a esse cenário tão violento em que vivemos”.
Paralelamente ao congresso, ocorre o 2º Fórum Pan-Americano de Crianças e Adolescentes, com 70 adolescentes de 17 países. Segundo o gaúcho Matheus Medeiros de Oliveira, de 16 anos, parlamentar juvenil do Mercosul, os jovens vão discutir casos de violação dos direitos humanos e tentar encaminhar propostas. “Esse intercâmbio de ideias é muito bacana, porque, apesar de nossas diferenças, temos muitos problemas em comum”.
Fontes
A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |
- ((pt)) Ana Cristina Campos. Continente americano discute violência contra crianças e adolescentes — Agência Brasil, 10 de dezembro de 2014
Esta página está arquivada e não é mais editável. |