Agência VOA

Obama avisa que vetará qualquer voto contra mas muitos Republicanos manifestam já dúvidas sobre o acordo.

14 de julho de 2015

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O congresso americano tem agora 60 dias para estudar e votar sobre o acordo. Questões como que tipo de inspecções e o que vai acontecer ao fim dos 15 anos do acordo são alguns dos aspectos que o congresso irá sem dúvida estudar.

O Presidente Obama tornou hoje, 14, claro que caso o congresso não aprove o acordo ele usará do seu poder de veto para anular essa decisão o que na prática significa que para ultrapassar esse veto o congresso terá novamente que votar contra com dois terços do voto e isso será difícil.

Mas o que é certo é que a administração Obama vai ter que explicar muito em audiências no Senado e Câmara dos Representantes os termos do acordo.

Muitas dessas audiências serão à porta fechada devido a aspectos secretos do acordo ou pormenores envolvendo actividades dos serviços de espionagem.

Contudo, do lado do partido republicano, que controla ambas as câmaras do congresso, há forte oposição ao acordo.

O senador republicano Tom Cotton disse já que para ele o Irão deveria ter uma escolha bem simples: desmantelar todo o programa nuclear ou “fazer face à devastação económica e destruição militar dos seus complexos nucleares”.

Houve também já reacção por parte de muitos dos candidatos à presidência.

O antigo governador da Florida Jeb Bush disse num tweet que mesmo especialistas que trabalharam para a administração Obama tinham afirmado que o acordo não irá impedir o Irão de obter a capacidade de construir armas nucleares.

O senador Marco Rubio foi um dos 47 senadores republicanos que no início deste ano enviaram uma carta aos líderes do Irão afirmando que qualquer acordo com a administração Obama poderá não ser prolongado após Obama deixar a Casa Branca no inicio de 2017.

It will be left to the next President to return us to a position of American strength and re-impose sanctions on this despicable regime.

Marco Rubio (@marcorubio), 10:30 (14 jul 2015), Twitter

O senador republicano Ted Cruz disse que a sua primeira prioridade como presidente será parar um mau acordo que “põe em perigo as vidas de milhões de americanos e dos seus aliados”.

Outro republicano que concorre à presidência é Rand Paul que disse ter um ponto de vista diferente de outros republicanos. Penso disse ele que as sanções devem ser mantidas mas que a porta as negociações deve estar aberta por ser uma melhor alternativa do que a guerra.

Hillary Clinton que todos pressupõem ser a candidata do Partido Democrático disse também que mesmo com um acordo os Estados Unidos continuarão a ter grandes problemas com o Irão.

Clinton acusou o Irão de ser o principal patrocinador do terrorismo usando organizações como Hezbollah para destabilizar países e governos.

Tendo em conta que Israel declarou já a sua oposição ao acordo descrevendo-o como um “erro de proporções históricas”, é de prever que o governo israelita use a sua diplomacia e o seu lobby em Washington para tentar impedir a aprovação do acordo.

A salientar aqui que embora o congresso possa não ter os dois terços dos votos para ultrapassar qualquer veto do presidente é ao congresso que compete levantar sanções que foram por si aprovadas. O aplicação do acordo pode estar dependente disso.

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