Brasil • 22 de setembro de 2005

Como parte da política de proteção do Wikinotícias, esta notícia está protegida.
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Na reunião conjunta das Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMIs) dos Correios e do Mensalão, de quarta-feira (21), houve confusão, com agressões física e verbal trocadas entre parlamentares brasileiros.

As CPMIs se reuniram no início da manhã (por volta das 10h), no Senado Federal, para ouvir o depoimento do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity.

As comissões tinham entre seus objectivos esclarecer depósitos de aproximadamente R$ 145 milhões feitos pelas empresas Telemig e Amazônia Celular nas contas das empresas SMPB e DNA, de Marcos Valério. O grupo Opportunity é sócio do Citigroup e de fundos de pensão da Telemig e Amazônia Celular, além de ser responsável pela administração das mesmas. Valério é acusado de operar o mensalão.

O clima da reunião ficou tenso quando a senadora do Partido dos Trabalhadores (PT), Ideli Salvatti, citou uma suposta sociedade entre a filha do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), com Verônica Dantas, irmã do banqueiro. Parlamentares da oposição reclamaram. O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP) criticou a senadora por levantar questões a respeito de "pessoas que não têm participação nos fatos investigados pelas comissões".

O nervosismo entre os integrantes das comissões atingiu o clímax depois que o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) respondeu. O deputado João Fontes (PDT-SE) e a senadora Heloísa Helena (PSOL - AL) reagiram contra Valverde. Acusações, ofensas, empurrões, tapas e outras tentativas de agressão foram trocados entre os parlamentares do PSDB, PDT, PSOL e PT. Os seguranças tiveram que contê-los e o presidente da reunião, senador Amir Lando (PMDB-RO), suspendeu a sessão por alguns minutos.

Assim que a situação ficou dominada, Lando requisitou que fossem retiradas das atas as expressões injuriosas ditas pelos parlamentares antes e depois do incidente.

O banqueiro Daniel Dantas do Grupo Opportunity compareceu protegido por um habeas corpus preventivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal, que garantiu-lhe o direito de não responder a algumas perguntas.

Parlamentares questionaram as relações do banqueiro com integrantes do governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. Foram feitas perguntas sobre sua participação no processo de privatização de companhias de telefonia. Dantas disse que não teve nenhuma relação próxima com o governo passado.

Fontes