29 de junho de 2005

João Paulo II recebe o cantor Roberto Carlos, durante visita ao Brasil, em 1997. Foto: José Cruz/Abr.
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O cardeal italiano Giuseppe D'Alonzo será o responsável de verificar as provas e os depoimentos que forem apresentados ao Vaticano para decidir sobre a beatificação do papa João Paulo II, falecido em 2 de abril.

Ainda que normalmente o processo não se inicie até passados cinco anos, a pressão popular fez com que o atual pontífice, papa Bento XVI, rompesse com o protocolo e para dar via livre ao processo.

D'Alonzo, promotor de justiça na diocese de Roma, declarou não estar nem a favor nem na contramão da eleição do papa polonês como santo. "Não é minha tarefa decidir. Devo verificar a verdade", disse. Ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito dos méritos do falecido pontífice da Igreja Católica ele disse que: "é a opinião que tem as pessoas comuns, a gente simples que vimos na praça de São Pedro quando se realizou o funeral".

Durante os funerais de João Paulo II, em 8 de abril, muitos peregrinos gritaram "Santo" e "Santo subito!" (Santo já!), a exigir sua santificação.

D'Alonzo e outros servidores públicos inscritos no processo juraram nesta terça-feira manter o processo em segredo e não aceitar "presente algum".

A cerimônia inaugural estava programada para acontecer na basílica de São João, em Roma, às 19h (17:00 UTC) da terça-feira. Durante ela seria lida a lista das pessoas que serão interrogadas sobre a vida e as virtudes de João Paulo II, bem como as datas das próximas audiências.

Entre os documentos pessoais de Karol Wojtyła que serão lidos na parte final do processo, e que compreendem cerca de 100 mil páginas, encontram-se os papéis pessoais que seu secretário e amigo pessoal, monsenhor Stanislao Dzisizw, negou-se a destruir, precisamente pensando no processo que agora se inicia.

Pelo menos cem cartas com depoimentos a respeito das graças e favores recebidos de João Paulo II chegam diariamente a Roma, a maior parte da América Latina.

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