Somália • 7 de junho de 2009

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Desde a última sexta-feira, dia 5, ocorre uma intensa batalha entre o Governo da Somália e guerrilha islâmica Al-Shabab (A Juventude, em somali), em torno da cidade de Wabho, na região central da Somália, próximo à fronteira com a Etiópia, informaram à Agência EFE fontes oficiais e testemunhas dos fatos.

Os combates de sexta-feira, dia sagrado para os islâmicos, mataram 36 pessoas. Ontem foram descobertos os corpos de mais 28 combatentes, totalizando 64 mortos entre civis e combatentes. “Enviámos equipas para a recuperação dos corpos e acabámos por encontrar mais 28 corpos”, disse Moalim Mohamoud Adan, ancião da aldeia de Guriel, a 400 quilómetros de Mogadíscio, capital do país.

Nos combates, que durou por dois dias, se enfrentaram os milicianos da Ahlu Sunna Waljamaa, um grupo sufi (místico) muçulmano relativamente moderado aliado do Governo, e membros da Al Shabab, organização a qual os EUA vincula com a Al Qaeda, e seus aliados da Hezb al Islam, que atacaram a localidade.

Testemunhas da luta disseram à Efe por telefone que vários corpos ficaram estendidos nas ruas de Wadho, enquanto os moradores deixaram a população por temor de perecer vítimas da violência.

O Governo da Somália assegurou na semana passada que quer restaurar a segurança em Mogadíscio e no resto do país em um período de "cem dias", por isso que prossegue a ofensiva contra os radicais.

A Guerra Civil na Somália, iniciou em 1991, tem nova fase da guerra em 2007, que desde então matou 18.000 civis e centenas de guerrilheiros. Em 2009, regista-se combates entre o governo islâmico moderado contra os radicais que controlam sul e o centro, avançaram recentemente oeste do país e partes de Mogadíscio. Num mês de conflitos, a ONU registou cerca de 100.000 refugiados.

Assassinato

O diretor da emissora somali Rádio Shabelle, Mukhtar Mohammed Hirabe, foi assassinado hoje em um mercado de Mogadíscio por três pistoleiros, que feriram gravemente o chefe de programas da mesma rádio, Ahmed Omar Hashi Tajir, informou a emissora.

Hirabe, o quinto jornalista assassinado na Somália e o terceiro da "Rádio Shabelle" este ano, ficou ferido em fevereiro em outro atentado no mesmo lugar de hoje, o mercado de Bakaro, no qual vários pistoleiros mataram Said Tahliil Ahmed, diretor da rádio "HornAfrik" e que se encontrava com ele. Tajir, segundo a emissora, ficou ferido no estômago e na mão, e foi levado a um hospital de Mogadíscio.

Os outros dois jornalistas da "Rádio Shabelle" assassinados este ano eram Hassan Mayow Hassan, morto na localidade de Afgoye em 1º de janeiro, e Abdirisak Warsame Mohammed, assassinado em Mogadíscio em 22 de maio.

Além deles, também foi assassinado a tiros, em 4 de janeiro, Said Tahliil Ahmed e em 26 de maio, Nor Muse Hussein morreu em consequência dos ferimentos de bala que tinha recebido três semanas antes na cidade de Baladweyne.

A "Rádio Shabelle", que era dirigida por Hirabe, é uma das principais emissoras de rádio da Somália, tem apoio internacional e acordos com redes de outros países para seu trabalho informativo.

Fontes