12 de dezembro de 2007

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O primeiro-ministro português, José Sócrates, descreveu a Cimeira UE-África como "sensacional", que terminou ontem em Lisboa sob o lema ‘Parcerias para o Futuro’. Mas, para muitos observadores, o fracasso das negociações em torno dos acordos comerciais manchou o maior evento político ocorrido em Portugal nos últimos anos.

A Cúpula ficou marcada por divergências entre os dois continentes sobre os novos acordos comerciais. O presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, saiu da conferência com um apelo contra os acordos econômicos. “Os africanos estão contra os acordos”, declarou.

Diante das críticas, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, garantiu que a UE vai continuar a negociar os acordos com os países africanos em 2008 e que o objetivo é impedir “que qualquer país africano fique pior” no próximo ano.

Sócrates mostrou-se satisfeito com a Cúpula. “Tenho a certeza que as coisas vão melhorar”, afirmou o presidente em exercício da UE, que destacou a adoção de uma estratégia conjunta e os mecanismos para a sua implementação.

Em relação aos Direitos Humanos, o primeiro-ministro realçou que “esta Cimeira não foi de silêncios, deu voz a quem precisa dela, deu voz aos Direitos Humanos, aos refugiados, aos imigrantes, às legítimas aspirações de desenvolvimento”.

Uma opinião bem diferente da organização internacional Human Rights Watch: “Muito se tem falado sobre Direitos Humanos e boa governança, mas o que é que os líderes de Estado e de Governo acordaram em concreto a favor do povo de África? Lamentavelmente, a resposta é nada”, afirmou o porta-voz da organização, Reed Brody.

Fora da Cúpula foram assinados vários acordos, como o envio de oito mil milhões de euros para 30 países africanos. Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau são alguns dos beneficiários. A próxima Cúpula UE-África ficou marcada para 2010 e a Líbia já se mostrou interessada em acolher o encontro.

Fontes