Agência Brasil

14 de agosto de 2008

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O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, afirmou hoje (13) que o governo colombiano se preocupa com suposições de que o ex-padre Oliverio Medina, refugiado no Brasil, ainda possa desenvolver atividades ligadas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Antes de receber o status de refugiado, Medina dizia ser uma espécie de embaixador da guerrilha no Brasil.

“Nos parece oportuno ver se isso acontece, verificar isso.Cabe ao Brasil, de maneira autônoma e soberana, avaliar o tema e aceitamos e respeitamos o que for decidido”, afirmou Bermúdez, durante coletiva após reunião com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

O chanceler brasileiro explicou que na época em que o pedido de refúgio tramitava houve um pedido de extradição negado pelo governo. No entanto, ele não descartou a possibilidade de o Brasil aceitar o pedido da Colômbia. “Isso é algo que nós vamos examinar com a atenção que merece e daremos uma resposta ao governo colombiano”, afirmou Amorim.

Perguntado sobre a citação de figuras importantes do governo brasileiro nos e-mails encontrados no laptop do comandante Raúl Reyes, número dois das Farc, morto neste ano em uma ação no território equatoriano, Bermúdez disse que “esse é um tema que em nada pode afetar as relações bilaterais que existem”. O chanceler colombiano também informou que os dados divulgados foram dados a conhecer ao governo do Brasil, como foi feito também com outros país, mas que cabia a cada governo julgar se seria necessário investigar o que constava nos e-mails.

Os ministros disseram que, durante a reunião, foram tratados temas de interesse bilateral, como os biocombustíveis, setor no qual existe interesse de cooperação para compartilhamento e desenvolvimento de tecnologia.

“Existe um interesse muito concreto dos nossos presidentes, dos nossos governos, de estar cada vez mais próximos”, afirmou Bermúdez. O ministro colombiano também garantiu que seu país tem o interesse de avançar na integração regional, por meio, por exemplo, da União de Nações da América do Sul (Unasul): “A Colômbia tem todo o interesse e disposição de avançar nesse sentido”.

Celso Amorim afirmou que se vive agora uma fase de intensificação da relação entre Brasil e Colômbia, “tanto no nível político quanto no nível econômico e comercial”. O ministro brasileiro disse que existem várias empresas brasileiras investindo em diferentes setores na Colômbia e, ao mesmo tempo, o comércio tem progredido de maneira extraordinária.

De acordo com Amorim, as exportações do Brasil para a Colômbia chegaram a US$ 2,7 bilhões em 2007 e registraram US$ 1,8 bilhões de janeiro a julho deste ano. As exportações colombianas também cresceram e chegaram aos US$ 500 milhões de janeiro a julho, valor que supera o que foi exportado de lá para o Brasil em todo o ano passado.

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