23 de maio de 2023

Uribe
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Uma juíza da 41ª Vara Criminal de Bogotá negou, pela segunda vez, um pedido de arquivamento da investigação contra o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez, por suposta adulteração de testemunhas e fraude processual.

A juíza Laura Becerra destacou que a Promotoria não apresentou os argumentos necessários para arquivar o caso e decidiu não impedir o primeiro ato contra o ex-presidente, já que ele teria participado do suborno da testemunha Juan Guillermo Monsalve, por meio do advogado Diego Cadena.

Segundo Becerra, “é claro que a entidade investigadora teve que fazer um esforço sério para apurar todos os fatos particulares que estão sendo investigados, ou seja, para atuar com mais diligência”.

"Ao contrário do que afirmou o promotor, existem elementos probatórios, provas físicas e informações obtidas legalmente que nos permitem afirmar com probabilidade de verdade que a conduta criminosa de suborno ocorreu e que o Dr. Uribe pode ter a condição de participante", disse a juíza.

O ex-presidente acusou o senador Iván Cepeda em 2012 de organizar uma conspiração para vinculá-lo falsamente a esquadrões paramilitares, durante visitas a ex-integrantes desses grupos em prisões.

Mas em fevereiro de 2018, o tribunal que investiga todas as questões criminais envolvendo legisladores disse que Cepeda coletou informações como parte de seu trabalho e não pagou ou pressionou ex-paramilitares. Em vez disso, o tribunal afirmou que Uribe pressionou testemunhas por meio de terceiros.

Uribe passou dois meses preso em 2020, em sua fazenda perto da cidade de Montería, capital do departamento de Córdoba, depois que a Suprema Corte ordenou sua prisão domiciliar sob o risco de obstrução da justiça.

Em outubro de 2020 ele recuperou a liberdade, depois que o Supremo Tribunal de Justiça transferiu o processo para a Procuradoria-Geral da República por se tratar de uma investigação alheia ao seu cargo de deputado. Seus críticos garantiram que era uma manobra para levar o caso a um órgão jurídico potencialmente menos rigoroso e dirigido por uma pessoa próxima ao ex-presidente Iván Duque.

O caso pode terminar com uma pena de prisão de até 12 anos para o político.

A decisão da juíza pode ser apelada pela Procuradoria-Geral perante o Tribunal Superior de Bogotá, instância superior do sistema judicial colombiano que pode confirmar a decisão ou revogá-la.

Fontes