Agência Brasil

Maputo, Moçambique • 23 de fevereiro de 2012

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Balanço divulgado pelo governo de Moçambique mostrou que quinhentas salas de aula foram destruídas de janeiro até agora pelas tempestades tropicais. Com isso, 20 mil crianças ainda não começaram o ano letivo de 2012.

Neste ano, já foram registradas quarenta mortes no país, e houve vítimas também nos vizinhos Malawi, na Tanzânia e na Zâmbia. Os ciclones e as fortes chuvas são frequentes durante a temporada das monções no Sudeste Africano, que vai de dezembro a abril.

Segundo o meteorologista Sérgio Buque, do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, os ciclones surgem porque as altas temperaturas da água do mar aquecem a atmosfera e provocam a formação de zonas de baixa pressão, com violentos deslocamentos de ar. “São ventos muito fortes, chuvas intensas, com alto poder de destruição”.

Na província da Zambézia, no Centro-Norte do país, durante a passagem do ciclone Dando, em janeiro último, choveu em três dias o previsto para três meses. Com isso, houve enchentes e vendavais, principalmente no Vale do Rio Zambeze, um dos maiores da África. Na zona rural, estradas ficaram intransitáveis e pontes não suportaram o volume dos rios.

O governo de Moçambique trabalha para montar uma rede de rádios comunitárias para alertar a população a buscar abrigo em áreas altas durante a passagem dos vendavais. Isso é necessário, segundo Sérgio Buque, porque três em cada quatro moçambicanos não falam português (no país há dezenas de línguas locais). “Eles não têm acesso à televisão em muitas regiões, ou não compreendem português, e as rádios comunitárias transmitem no idioma deles. Por isso é tão importante contar com essa mídia”.

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