Agência Brasil

Maranhão • 6 de maio de 2009

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Já passa de 155 mil o número de pessoas afetadas pelas chuvas ou enchentes no estado do Maranhão. Sete pessoas morreram, 31.715 mil foram desalojadas e outras 24.083 mil tiveram que ser levadas a abrigos. Segundo o governo estadual, 60 cidades decretaram situação de emergência. Alguns dos lugares mais prejudicados são as cidades de Bacabal, Monção, Pedreiras e Trizidela do Vale.

Duas mortes ocorreram na capital, São Luís. Já as cidades de São Luiz Gonzaga, Caxias, Codó, Cantanhede e Coroatá registraram uma morte cada. Na avaliação do governo estadual, a situação é de calamidade pública. Não só por causa do número de pessoas atingidas, mas também devido aos danos causados às estradas que cortam o estado. No interior, rodovias federais, estaduais e vicinais estão destruídas.

O governo maranhense ainda não sabe ao certo quanto de dinheiro será necessário para recuperar áreas afetadas, reconstruir casas, pontes, estradas, e distribuir cestas básicas e medicamentos. Na semana passada, a bancada maranhense no Congresso Nacional encaminhou um pedido de R$ 300 milhões a serem liberados ao estado por meio de uma medida provisória.

Para as autoridades das cidades atingidas, a ajuda financeira ou logística está demorando a chegar. A secretária de Assistência Social e coordenadora da Defesa Civil de Bacabal - uma das cidades em estado de emergência -, Roseane Silva, se queixa da demora para a chegada de apoio à prefeitura que necessita urgentemente de colchões, cobertores, kits de limpeza e de água mineral para distribuir entre os atingidos.

“Recebemos pouca ajuda do governo federal. Temos apenas 13 embarcações e ainda há muitas pessoas isoladas na zona rural, onde grande parte dos povoados foi atingida”, afirmou a secretária à Agência Brasil.

Em Bacabal, afirma Roseane, quase 9 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Até a tarde de hoje (6), havia cerca de 4.200 desabrigados e outros 4.760 desalojados. Os moradores que não tinham onde ficar foram levados para um dos 32 abrigos improvisados.

Na zona rural, a lavoura está toda debaixo d´água. As olarias suspenderam suas atividades desde o início das chuvas, e o comércio também foi atingido. Todo o bairro Trizidela, onde moram cerca de 1.350 famílias, está alagado e sem energia elétrica desde o último dia 19.

“A situação é delicada. A chuva parou, mas por mais que o município esteja preparado, nunca está realmente pronto para enfrentar desgraças dessa dimensão”, comentou Roseane.

Outro a se queixar da falta de ajuda aos municípios foi o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Na cidade de cerca de 233 mil habitantes, pelo menos 120 famílias estão desalojadas desde que as fortes chuvas elevaram o nível do Rio Tocantins, obrigando a abrir as comportas da Barragem da Usina de Serra da Mesa.

“A ajuda é necessária, mas tanto o governo federal quanto o estadual são lentos. Enquanto ela não chega, a prefeitura tem que ir se aguentando e fazer tudo, desde distribuir cestas básicas até encontrar lugar para [abrigar] todo o pessoal”, comentou.

Ontem (5), logo após sobrevoar alguns municípios maranhenses atingidos pelas enchentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu à governadora Roseana Sarney o total apoio do governo federal aos desabrigados no Maranhão e recuperação da infraestrutura danificada pelas chuvas. “Não faltarão recursos para que o Maranhão possa voltar a se desenvolver com normalidade”, garantiu o presidente, sem citar valores.

Hoje, o estado recebeu o primeiro lote de medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde. Os produtos já se encontram na Central de Abastecimento Farmacêutico da Secretaria de Estado de Saúde, em São Luís, e deverão ser encaminhados às cidades atingidas a partir desta quinta-feira (7).

Ao todo, o ministério forneceu ao estado 265 mil unidades de 15 diferentes medicamentos e produtos farmacêuticos como bactericidas, antiinflamatórios, sulfa, gazes, seringas descartáveis e esparadrapos.

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